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Os rebeldes de Debaltseve estão entre os grupos separatistas tentando criar uma região leal à Rússia | Brendan Hoffman/Getty Images
Os rebeldes de Debaltseve estão entre os grupos separatistas tentando criar uma região leal à Rússia| Foto: Brendan Hoffman/Getty Images

O Batalhão Humanitário Novorossiya alardeia em seu site que conseguiu o dinheiro para comprar o par de binóculos usados por rebeldes da Ucrânia oriental para detectar e destruir um veículo blindado. Outro grupo, Salve Donbass, pede doações usando a fotografia de um morteiro gravado com o endereço de seu site e o nome dos doadores. Outro ainda, Veche, avisa que sua missão é criar unidades militares “modernas e prontas para o combate” que lutem contra o governo central da Ucrânia.

As organizações são parte de uma campanha online que está descaradamente levantando dinheiro para a guerra no leste da Ucrânia, usando táticas simples que têm, no mínimo, apoio tácito do governo do presidente Vladimir V. Putin, da Rússia. A maioria dos grupos endossa explicitamente a insurgência armada e jura que ajuda a equipar as forças das duas regiões que estão no centro da briga, Donetsk e Luhansk.

Uma análise dos sites, postagens nas redes sociais e outros documentos feito pelo The New York Times encontrou mais de uma dúzia de grupos na Rússia que estão recolhendo dinheiro para os separatistas, ajudando um conflito que já matou mais de 6.400 pessoas.

Os grupos têm contado com as redes sociais para mandar doações por meio de bancos do governo da Rússia e terminais de sistemas privados de pagamento de uma empresa chamada QIWI, que é afiliada da Visa. Apesar de a maioria das doações parecer vir da Rússia, as organizações também pediram dinheiro fora do país, usando grandes instituições financeiras americanas e europeias, incluindo Western Union e Paypal.

A captação de recursos pode trazer riscos legais para essas companhias, que são proibidas de fazer negócios com grupos e pessoas que estão na lista negra. Na verdade, as sanções forçaram os grupos que angariam fundos a mudar seus nomes e redirigir as doações para novas contas a fim de manter o fluxo de dinheiro.

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Os grupos separatistas identificados pelo The Times afirmam em postagens nas redes sociais que já conseguiram milhões de dólares. A rede mostra um ex-oficial de inteligência militar russo que, dizem, começou a revolta, Igor Girkin, cujo nome de guerra é Igor Strelkov; um escritor dissidente e crítico de Putin, Eduard Limonov, cujos seguidores neo-nacionalistas têm defendido a expansão territorial nas regiões etnicamente russas; e uma antiga “ministra do exterior” da República Popular de Donetsk, Yekaterina Gubareva, e seu marido, Pavel, um importante líder separatista.

Todos defendem uma mesma causa: estabelecer uma região leal à Rússia que algumas vezes é chamada de Donbass ou Novorossiya. Eles fazem apelos de solidariedade étnica e política parecidos aos daqueles que se opõem ao governo central de Kiev, e compartilham métodos, que a internet tornou mais eficientes, para conseguir dinheiro para atividades ilícitas.

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De acordo com seus apelos online, as organizações mandam que as doações sejam feitas por meio de um banco do ou controlado pelo Estado na Rússia, incluindo o maior do país, Sberbank, ou cartões de crédito desses bancos. O governo de Putin tem feito muito pouco para parar com as arrecadações de fundos.

“Qualquer pessoa na Rússia que quer ajudar o D.P.R. e o L.P.R. é encorajada por e têm o apoio do governo russo”, diz John E. Hebst, antigo embaixador americano na Ucrânia e hoje no Conselho do Atlântico em Washington, usando as abreviações (em inglês) das autoproclamadas República Popular de Donetsk e de Luhansk.

O Salve o Donbass afirmou em maio que levantou o equivalente a 1,3 milhões de dólares em doações por meio do Sberbank e outros sistemas de pagamento, incluindo o QIWI.

O fundo administrado por Yekaterina Gubareva e seu marido, o Batalhão Humanitário da Novorossiya, diz que conseguiu 213 mil dólares. Seu site permite que os doadores dirijam suas contribuições para unidades de milícias específicas e se vangloria que conseguiu não apenas os binóculos usados para destruir o veículo blindado, mas também luvas táticas militares, telêmetros a laser, rádios e um carro usado pelos detectadores de baterias.

Enquanto isso, novos apelos de captação de recursos estão aparecendo. Um grupo que se denomina Dobrovolec.org fazia um apelo por fundos em 26 de maio, com contas da QIWI e do Sberbank entre as opções de pagamento. O grupo pediu aos combatentes familiarizados com armamentos mortais como mísseis de superfície-ar, lança-chamas e mísseis antitanque guiados para se juntar a seu esforço para “participar, do lado da Novorossiya, de um conflito militar no oeste da antiga Ucrânia”.

Colaborou Andrew Roth

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