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Operadoras dizem que navios maiores têm mais equipamentos de segurança | Peter W. Cross para The New York Times
Operadoras dizem que navios maiores têm mais equipamentos de segurança| Foto: Peter W. Cross para The New York Times

Um dos maiores navios de cruzeiro em 1985 era o Carnival Holiday, de 46 mil toneladas. Dez anos atrás, o Queen Mary 2, era três vezes maior. Hoje os recordistas são dois gigantes de 225 mil toneladas cujo deslocamento, que serve como medida do peso de um navio, é aproximadamente igual ao de um porta-aviões da classe Nimitz.

Os navios de cruzeiro continuam crescendo e se tornando mais populares. A Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro disse que, no ano passado, seus membros transportaram cerca de 17 milhões de passageiros, contra 7 milhões em 2000. Mas a expansão do tamanho dos navios está preocupando muitas pessoas, para as quais a mania de crescer encerra perigos potenciais.

Os riscos ficaram visíveis no ano passado, quando o Costa Concordia, propriedade da Carnival Corporation, sediada em Miami, naufragou parcialmente perto da costa da Itália, matando 32 pessoas.

Em fevereiro, um incêndio paralisou o Carnival Triumph, deixando milhares de pessoas à deriva durante quatro dias no golfo do México, até que o navio foi rebocado para terra.

Outro incêndio obrigou o Grandeur of the Seas, da companhia Royal Caribbean, a buscar um porto nas Bahamas em maio.

Os acidentes e incêndios intensificaram as preocupações sobre a capacidade dos meganavios de lidar com emergências. O Senado dos Estados Unidos aprovou uma legislação neste verão que reforçaria a supervisão federal das linhas de cruzeiro.

As operadoras dizem que navios maiores têm mais equipamentos contra incêndios e são mais seguros. Bud Darr, da associação de empresas do setor, disse que os navios hoje operam sob camadas de escrutínio, incluindo frequentes revisões de segurança por auditores contratados pelas operadoras e supervisionadas pelos países onde estão registrados. "Os padrões são universais", disse.

Neste ano, a Carnival disse que gastará US$ 700 milhões para melhorar suas operações de segurança.

O maior navio atual, o Allure of the Seas, da Royal Caribbean, tem 2.706 cabines e pode acomodar cerca de 6.300 passageiros e 2.394 tripulantes —o equivalente a uma pequena cidade.

Mais de uma década atrás, o diretor da Organização Marítima Internacional, a agência da ONU encarregada de regulamentações marinhas, advertiu sobre os perigos de se construir navios maiores e pediu uma revisão das regras de segurança. William O’Neill, secretário-geral do grupo na época, disse que a indústria não podia "contar com a sorte indefinidamente".

Um dos resultados foi uma série de novas regulamentações globais em 2010, que exigem que os novos navios tenham sistemas suficientes para permitir que voltem a um porto, mesmo na pior emergência.

Somente cerca de dez navios construídos desde então cumprem essa norma.

"O problema é simples: eles os estão construindo grandes demais e colocando gente demais a bordo", disse o capitão William H. Doherty, ex-diretor de segurança da Norwegian Cruise Lines, a terceira maior operadora de cruzeiros do mundo. "Minha resposta é que provavelmente eles superam o ponto de maneabilidade."

"A magnitude do problema vai muito além do que a indústria de cruzeiros quer admitir".

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