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A LeapFrog criou um dos primeiros tablets para crianças, mas perdeu espaço para outros dispositivos | Emily Berl /The New York Times
A LeapFrog criou um dos primeiros tablets para crianças, mas perdeu espaço para outros dispositivos| Foto: Emily Berl /The New York Times

Flora Bojadziev andava por uma Toys “R” Us em Manhattan procurando por brinquedos educativos para seu filho de dois anos e meio, que já brinca com o iPad dela. Ela se recusou a gastar US$130 no LeapPad Ultra XDi da LeapFrog, um tablet para crianças. “Com esse dinheiro posso comprar um monte de aplicativos para ele”, disse.

Esse é exatamente o problema da LeapFrog, uma empresa que fez milhões de dólares com dispositivos para crianças antes que elas aprendessem a lidar com as telas dos iPads. Conforme alternativas mais baratas foram chegando ao mercado, a LeapFrog viu suas vendas despencarem. Ela virou alvo dos short-sellers, investidores que apostam no fracasso de uma empresa, e foi processada por acionistas que dizem ter havido uma avaliação errada da demanda de seus produtos.

Críticos dizem que a LeapFrog é o exemplo mais recente de como a tecnologia desbancou os gigantes da indústria de brinquedos.

O advogado Mike Wood criou a empresa em 1995, e em 1999 introduziu o primeiro LeapPad, o livro eletrônico com áudio e caneta que ajudava as crianças a aprenderem a ler. Com o desenvolvimento tecnológico, a LeapFrog criou um tablet para os pequenos: sem a necessidade de habilidades para navegar pela internet e um número limitado de jogos.

Em 2011, o LeapPad custava US$100, quando a média de preço de um tablet nos Estados Unidos era de US$470, de acordo com o grupo de pesquisa de mercado Euromonitor.

As vendas dispararam. Sean McGowan, analista da Needham and Company, estima que a empresa tenha vendido 1,2 milhões de tablets no primeiro ano, e esse número mais que dobrou em 2012, quando o LeapPad 2 foi lançado.

Alguns anos depois, no entanto, a ideia de um tablet que tem apenas um número limitado de tarefas começou a parecer ultrapassada. As primeiras gerações de iPad foram passadas dos pais para os filhos e os tablets ficavam cada vez mais baratos. McGowan estima que as vendas do LeapPad caíram mais de 40 por cento em 2014.

“É preciso ir atrás do peixe, e ele não está mais nos sistemas fechados”, disse Gerrick Johnson, analista da BMO Capital Markets.

A LeapFrog começou a disponibilizar seu conteúdo para outras plataformas, mas isso é o mesmo que fazem centenas, se não milhares, de aplicativos concorrentes. E essa competição é feroz.

Mesmo que os americanos tenham comprado mais do dobro de tablets em 2014 do que compraram em 2011, eles pagaram em média US$330, de acordo com a Euromonitor. Isso forçou um corte de preços geral. O tablet mais recente da LeapFrog, o LeapPad Glo, custa US$40 a menos que seu predecessor de 2011.

John Barbour, presidente da LeapFrog, reconheceu que a empresa dependia muito de suas plataformas eletrônicas e agora procura meios de diversificar. A LeapFrog está convertendo parte de seu conteúdo para que funcione em tablets Android e planeja começar sua própria plataforma Android este ano.

Em janeiro, a LeapFrog divulgou vendas de US$145 milhões no terceiro trimestre fiscal e uma perda de US$124 milhões. Suas ações caíram mais de 30 por cento.

Jim Silver, editor do TTPM, site de avaliação de brinquedos, disse: “A cada ano que passa e mais aplicativos são gratuitos ou muito baratos, a coisa se complica”.

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