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Cientistas fizeram os chimpanzés simularem o processo de cozimento de uma batata doce como teste de suas habilidades cognitivas | Alexandra Rosati/
Cientistas fizeram os chimpanzés simularem o processo de cozimento de uma batata doce como teste de suas habilidades cognitivas| Foto: Alexandra Rosati/

Os chimpanzés têm a capacidade cognitiva de cozinhar, de acordo com novas pesquisas, caso alguém lhes desse um forno.

Cientistas de Harvard e Yale descobriram que os chimpanzés têm a paciência e a noção de resistir a comer alimentos crus e colocá-los em um dispositivo concebido para parecer, pelo menos para os chimpanzés, que estão sendo cozidos.

Isso não é uma realização pequena. Em uma linha que poderia facilmente se aplicar aos seres humanos, observam os pesquisadores, “muitas espécies de primatas, incluindo os chimpanzés, têm dificuldade em abrir mão de alimentos e têm um autocontrole limitado quando confrontados com a comida”.

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Mas eles descobriram que os chimpanzés abririam mão de um pedaço cru de batata-doce se houver a perspectiva de uma fatia cozida um pouco mais tarde.

A pesquisa surgiu da ideia de que o ato de cozinhar pode ter levado a mudanças na evolução humana, uma hipótese apresentada por Richard Wrangham, antropólogo de Harvard, e vários colegas há 15 anos.

Ele argumentou que o cozimento pode ter começado há cerca de dois milhões de anos. Para que isso fosse verdade, alguns ancestrais tiveram que apreender o conceito de transformar o cru em cozido.

Felix Warneken e Alexandra G. Rosati, que estudam a cognição, queriam ver se os chimpanzés, que muitas vezes servem como substitutos aos ancestrais humanos, tinham a base cognitiva que os levaria a cozinhar.

Os cientistas desenvolveram um método que, como descreveram no Proceedings of the Royal Society B, apresenta aos chimpanzés “problemas que simulam o ato de cozinhar”.

“Inventamos esse dispositivo culinário mágico”, explicou Warneken em uma entrevista: duas tigelas de plástico que se encaixam perfeitamente e com alimentos pré-cozidos escondidos na inferior.

Quando um chimpanzé colocada uma fatia de batata-doce crua no dispositivo, um pesquisador o sacode, e depois levanta a tigela superior para oferecer ao chimpanzé uma fatia idêntica de batata-doce cozida.

Os pesquisadores queriam saber se os animais conseguiriam compreender “que quando algo cru entra, sai cozido”, disse Warneken.

Os chimpanzés resistiram a comer o alimento cru, o colocaram no dispositivo, e esperaram a comida cozida. Eles traziam alimentos crus de um lado da jaula para o outro a fim de colocá-lo no dispositivo.

Alexandra disse que os experimentos mostraram que os chimpanzés tinham o “mínimo entendimento causal necessário” para começar a cozinhar.

Se os chimpanzés podem ou não operar um forno real por conta própria — ela acredita que eles provavelmente poderiam — a pesquisa não deixa dúvidas de que eles têm a capacidade cognitiva de tirar proveito de um restaurante (trazendo sua própria batata, claro).

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