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O secretário de Estado americano, John Kerry, desembarcou de surpresa nesta sexta-feira (11) no Afeganistão para tentar reduzir a tensão decorrente das acusações de fraude na eleição presidencial do país.

Kerry chegou a Cabul durante a madrugada e se reuniu com os dois candidatos a presidente, Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani.

Seu objetivo é convencer os dois a não declararem vitória antes que a ONU investigue as suspeitas de fraude durante o pleito.

"Nós estamos em um momento muito crítico do Afeganistão", disse Kerry antes de uma reunião com o representante da ONU no país, Jan Kubis. "A legitimidade está na balança. O futuro da transição está na balança, então temos muito trabalho a fazer".

O resultado do segundo turno afegão está envolto em polêmicas e suspeitas de fraude. Abdullah diz que as irregularidades beneficiaram Ghani e que não aceitará o resultado.

O temor é que o impasse leve a uma escalada da violência poucos meses antes da retirada da Otan do país.

Os primeiros resultados oficiais colocam Ashraf Ghani na liderança, com 56,4% dos votos válidos. Abdullah era considerado o favorito antes do pleito.

Em um comunicado, o chefe da assessoria de imprensa do Departamento de Estado americano, Jeff Rathke, explicou que Kerry se reunirá também com o atual presidente afegão, Hamid Karzai.

Kerry "abordará a transição política em curso, insistindo na mensagem do presidente (Barack Obama), segundo o qual nós esperamos um exame completo de todas as acusações razoáveis de fraude e que não aceitaremos qualquer medida anticonstitucional", acrescentou Rathke.

Washington quer se manter neutro em relação aos candidatos, mas deseja, esclarece a nota, "um processo crível, transparente e aberto que afirme o compromisso dos afegãos com a democracia".

Abdullah reivindica um exame das suspeitas de fraude maior do que o previsto pela comissão eleitoral. Embora tenha evitado agravar a situação, ao não convocar protestos da população, ou formar um governo paralelo, ele repetiu que não aceitará a derrota anunciada.

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