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As palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os presos cubanos foram consideradas "oportunistas" e "incoerentes" por parlamentares das comissões de Relações Exteriores da Câmara e Senado e também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Para o deputado Raul Jung­­mann (PPS-PE), Lula erra ao comparar os presos comuns dos presídios brasileiros com os detidos em Cuba por crimes políticos. "É mais do que oportunismo, é de um cinismo atroz. Jamais compare alhos com bugalhos. É preciso denunciar a situação caótica dos presídios brasileiros, mas também devemos ter coragem de condenar o tratamento aos presos cubanos", afirmou o deputado, integrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

O presidente da comissão, deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), compartilhou do mesmo discurso. "O Brasil tem que ser contra a prisão política", afirmou.

Jungmann criticou ainda a declaração em que Lula afirma que não vai se intrometer na le­­gislação, muito menos na Justiça cubana. Segundo o deputado, Lula interveio em Honduras porque acreditava que o presidente deposto, Manuel Zelaya, sofrera um "golpe da direita". Mas no caso de Cuba, "uma ditadura de esquerda, Lula diz que não se in­­tromete".

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), classificou de "incoerente" essa declaração de Lula sobre não intervenção. "Tivemos uma ação de interferência na Itália, quando ele não quis extraditar o terrorista Cesare Battisti. É uma posição ao sabor dos ventos", frisou o tucano. "Acredito que o presidente esteja sendo incoerente com o seu passado. Não é possível comparar preso político com criminoso comum", afirmou.

A posição dos parlamentares foi seguida pelo presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante. "É uma questão de viés ideológico. A leitura que o governo Lula faz do regime de Cuba é de que é um governo popular e socialista e estaria legitimado. Nossa sociedade tem outra formação que não condiz", afirmou.

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