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Na sua terceira visita à Ucrânia desde o início da guerra, o premiê britânico, Boris Johnson, teve uma placa com seu nome colocada na Calçada dos Bravos
Na sua terceira visita à Ucrânia desde o início da guerra, o premiê britânico, Boris Johnson, teve uma placa com seu nome colocada na Calçada dos Bravos| Foto: EFE/SERGEY DOLZHENKO

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ao Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (24) que “o futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia” e advertiu que, se a Rússia vencer o conflito, levará a guerra para outros países.

“Nossa independência é sua segurança, a segurança do mundo inteiro”, frisou Zelensky em um discurso por videoconferência durante uma reunião que coincidiu com seis meses do início da invasão russa a territórios ucranianos e com o aniversário de 31 anos da independência do país.

O político insistiu que a Rússia deve retirar as tropas de seu país e ser responsabilizada pela ofensiva militar.

Zelensky enfatizou o impacto internacional da guerra, tanto para o futuro, devido ao precedente que poderia criar, como para o presente imediato, por causa dos efeitos sobre a crise mundial de alimentos e energia e o risco de um desastre nuclear.

Neste sentido, ele acusou a Rússia de “colocar o mundo à beira de uma catástrofe radioativa” por ter transformado “em uma zona de combate” a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está sob o controle das forças russas quase desde o início da guerra.

Segundo Zelensky, a Rússia está fazendo uma “provocação” com bombardeios e o envio de “terroristas” para a área da usina, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.

O líder ucraniano, assim como o embaixador do país na ONU, Sergiy Kyslytsya, havia feito na véspera, apoiou o envio de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a Zaporizhzhia e pediu que a agência assuma o “controle permanente” das instalações.

Zelensky falou ao Conselho de Segurança por videoconferência apesar das tentativas de última hora da Rússia de impedi-lo, argumentando que, como todo mundo, o presidente ucraniano deveria estar no local da reunião presencialmente, em vez de discursar virtualmente.

Entretanto, nenhum outro membro do conselho apoiou essa posição quando o assunto foi submetido a votação: 13 países foram favoráveis ao meio usado por Zelensky para se pronunciar, a China se absteve e a Rússia foi a única contrária.

A sessão foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um balanço dos seis meses de guerra e de seus efeitos “devastadores”.

“Milhares de civis foram mortos e feridos, incluindo centenas de crianças. Muitos outros perderam a família, amigos e entes queridos. O mundo tem visto graves violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário serem cometidas sem responsabilidade. Milhões de ucranianos perderam suas casas e seus pertences, tornando-se deslocados internos ou refugiados”, lembrou.

Guterres advertiu que as necessidades humanitárias se multiplicarão com a chegada do inverno e enfatizou que os ucranianos precisam de “paz e precisam dela agora”, mas ressaltou que deve ser uma paz que esteja de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.

Nova visita

O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, viajou para Kyiv nesta quarta-feira para uma visita que não havia sido anunciada e na qual quis mostrar o apoio do governo britânico à Ucrânia.

“O que está acontecendo na Ucrânia afeta todos nós. É por isso que estou hoje em Kyiv. É por isso que o Reino Unido continuará a apoiar nossos amigos ucranianos”, disse Johnson no Twitter, onde publicou uma foto com Zelensky.

O primeiro-ministro britânico está nos últimos dias de seu mandato antes que o vencedor das primárias do Partido Conservador o suceda em Downing Street, no início de setembro.

Coincidindo com a visita, a terceira desde o início da invasão russa, Johnson anunciou a entrega à Ucrânia de um pacote adicional de 2 mil drones e mísseis de rastreamento avaliados em 54 milhões de libras (US$ 63,67 milhões).

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