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São Paulo - A ativista Shirin Ebadi, 63 anos, Prêmio Nobel da Paz de 2003, acusou o regime do presidente Mah­moud Ahmadinejad de enviar tropas para ajudar na repressão aos protestos pró-democracia na Síria – o "único aliado" do Irã no Oriente Médio, segundo ela.

Procurada, a Embaixada do Irã no Brasil não quis se manifestar sobre a acusação.

Ebadi deu entrevista para a TV Folha em visita a São Paulo, onde veio participar de conferência no ciclo Fronteiras do Pensamento.

Segundo a iraniana, que foi a primeira mulher a se tornar juíza no país e perdeu esse cargo após a Revolução Islâmica (1979), as manifestações contra regimes autoritários no mundo árabe têm inegável influência no Irã.

Para ela, a eventual queda do ditador Bashar Assad e o progresso da democracia na Síria seriam determinantes para o futuro dos iranianos.

A ativista avalia que o recente conflito interno entre o presidente Ahmadinejad e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, favorece as aspirações democráticas do povo iraniano.

"Foi graças ao apoio de Kha­­menei que Ahmadinejad manteve o poder nas eleições de 2009, que foram fraudulentas", diz. "O conflito entre os dois pouco tem a ver com os di­­reitos das pessoas – é uma disputa pelo poder político. Mas esse conflito leva ao enfraquecimento do governo."

A Prêmio Nobel afirmou que veio ao Brasil para agradecer à presidente Dilma Rousseff pela mudança de posição do país em relação ao Ir㠖 na ONU, o governo anterior, de Lula, costumava se abster em votações de medidas que contrariassem o regime iraniano.

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