Mohamed ElBaradei| Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghan

O prêmio Nobel da Paz egípcio Mohamed ElBaradei anunciou neste sábado (28) a criação de uma nova formação política, o Partido da Constituição, "para completar com os objetivos da Revolução" que derrubou o regime de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.

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Numa grande entrevista coletiva na sede do Sindicato de Jornalistas, no centro do Cairo, ElBaradei explicou que a inauguração do partido pretende "despertar a grande revolução de janeiro, cuja marcha foi desviada".

"O objetivo é completar com os objetivos da revolução de viver com liberdade e dignidade, porque quando a realizamos não imaginávamos a situação em que íamos nos encontrar hoje, a etapa crítica que estamos vivendo", afirmou ElBaradei.

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Durante o ato, o ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) esteve cercado por outros dois fundadores do partido, o escritor Alaa al Aswany e a política liberal Gamila Ismail.

ElBaradei enumerou os problemas enfrentados pelo Egito na atualidade e citou a crise política, a insegurança, a falta de independência da justiça, os julgamentos militares de civis e a deterioração da economia.

Além disso, "não imaginávamos que teríamos um Parlamento que não representa todos os setores do povo egípcio", lamentou ElBaradei, que também se queixou da falta de um acordo para formar a Assembleia Constituinte que redigirá a nova Carta Magna.

Neste sábado, a Junta Militar irá se reunir com as principais forças políticas do país para buscar um consenso para a criação da nova assembleia, após a anterior ser invalidada pela justiça devido ao boicote de um quarto de seus componentes. Os liberais se retiraram da Assembleia por questionar a predominância dos políticos islâmicos em sua composição.

Para o opositor, o país retornou "ao começo da revolução e é preciso recomeçar não mediante eleições presidenciais, nem instituições específicas, mas por meio de um trabalho coletivo, organizado e político com o objetivo de transferir o poder no futuro para a nova geração".

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Em maior, serão realizadas eleições presidenciais no Egito. Em janeiro passado, ElBaradei se retirou da corrida pela presidência alegando que só poderia se candidatar num regime verdadeiramente democrático.

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