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Foto de arquivo: Óscar Arias Sánche, então presidente da Costa Rica, em coletiva de imprensa em 2009 | AFP/MIGUEL RIOPA
Foto de arquivo: Óscar Arias Sánche, então presidente da Costa Rica, em coletiva de imprensa em 2009| Foto: AFP/MIGUEL RIOPA

O ex-presidente da Costa Rica e ganhador do Prêmio Nobel, Óscar Arias Sánchez, foi acusado de assédio sexual pela psiquiatra e ativista pelo desarmamento nuclear Alexandra Arce von Herold, que diz ter se encontrado frequentemente com o ex-líder para debater questões de desarmamento.

A acusação foi relatada na terça-feira pelo jornal local Semanario Universidad e pelo New York Times. Em entrevistas às duas publicações, Herold explicou que, em uma de suas reuniões com Arias, ele a abordou por trás, tocou seus seios, colocou a mão por debaixo de sua saia e penetrou-a com os dedos. Ela entrou com uma queixa criminal contra Arias esta semana. 

Outra acusação contra Arias foi feita por Emma Daly, chefe de comunicações da Human Rights Watch. Ela contou ao Washington Post, em uma entrevista na terça-feira, que Arias a apalpou em 1990, quando ela era repórter que cobria América Central e ele ainda era presidente. 

As acusações ameaçam lançar uma nuvem negra sobre o legado de um dos líderes mais célebres da Costa Rica. Arias recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1987 por seu trabalho em acabar com as guerras civis brutais da América Central. Foi presidente da Costa Rica por dois períodos, de 1986 a 1990 e de 2006 a 2010. 

Nossas convicções: A valorização da mulher

"Eu tinha esse medo de que se eu recusasse, ele não iria mais cooperar conosco", disse Herold ao Semanario Universidad. O ataque, segundo ela, ocorreu em 2014. 

"Eu não sabia o que fazer. Eu me senti presa naquele momento", disse ela. 

Em comunicado por meio de seu advogado, Rodolfo Brenes, Arias negou a alegação ao Times. 

"Eu nego categoricamente as acusações feitas contra mim", disse ele. "Eu nunca agi de maneira que desrespeite a vontade de qualquer mulher." 

Respondendo à alegação de Daly na terça-feira, uma das advogadas de Arias, Gloriana Valladares, disse em um e-mail: "Como há uma investigação em andamento, nosso código nos proíbe de revelar informações". 

A primeira acusação, da psiquiatra, reverberou na Costa Rica. Entre os que responderam publicamente, estava a sucessora de Arias, Laura Chinchilla Miranda, presidente do país entre 2010 e 2014. 

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"A experiência confirma que, para as mulheres vítimas de assédio sexual, é extremamente difícil denunciar os incidentes por causa das relações de poder que atuam contra elas e as intimidam, e por causa da estigmatização a que podem estar sujeitas", escreveu ela. 

O Semanario Universidad também publicou entrevistas e várias mensagens de texto e trocas de e-mails entre a acusadora e seus amigos e colegas após o suposto incidente, as quais parecem apoiar sua acusação. 

Em um texto para um amigo, ela discutiu o recebimento de uma ligação de Arias após o incidente. 

"Vou ignorá-lo para sempre", escreveu ela na mensagem. "Eu o odeio." 

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