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O primeiro dia de aplicação das novas regras de revista de passageiros anunciadas pelos EUA foi de dúvidas nos aeroportos e discussões sobre os limites entre segurança e liberdades civis. O governo anunciou que cidadãos de 14 países deverão ser submetidos por tempo indeterminado a uma revista mais minuciosa do que o dos demais passageiros.

Na prática, os EUA vão discriminar os viajantes conforme seu país de origem ou de acordo com os países visitados.

A lista tem quatro países considerados por Washington como patrocinadores do terrorismo: Cuba, Irã, Sudão e Síria. Os ou­­tros dez são países considerados "de interesse’’: Afeganistão, Argélia, Líbano, Líbia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Arábia Sau­­dita, Somália e Iêmen.

Passageiros com passaportes destes países ou em voos originados ou que passaram por eles em direção os EUA serão automaticamente submetidos a revista corporal e terão sua bagagem de mão inspecionada.

Caso o aeroporto disponha do equipamento, passarão por um scanner corporal.

Segundo a TSA (autoridade americana de segurança nos transportes), os demais passageiros poderão ser submetidos a revistas mais minuciosas de forma aleatória, bem como viajantes considerados suspeitos.

Caberá ao comandante do avião decidir se os passageiros devem ficar sentados na última hora de voo e se podem usar aparelhos eletrônicos.

Na Europa e no Oriente Mé­­dio, diversos aeroportos ainda não adotavam os novos procedimentos ontem.

A ministra de Informação e Comunicação da Nigéria, Dora Akunyili, questionou a inclusão do país na lista. "É injusto discriminar 150 milhões de nigerianos por conta do comportamento de uma única pessoa’’, afirmou, em referência a Umar Fa­­rouk Abdulmutallab, o jovem nigeriano de 23 anos que tentou se explodir dentro de um voo americano rumo a Detroit no Natal.

Críticas

Para Edward Alden, autor do livro "O Fechamento da Fronteira Americana’’ ("The Closing of the American Border’’), a medida é ineficaz e fere os interesses americanos. "Basta dizer que se tivéssemos colocado esse sistema em vigor no dia 24 de dezembro, a Nigéria não faria parte da lista e Abdulmutallab não teria sido pego.’’

Questionado pela reportagem se todos os países listados representam ameaça aos EUA, Jeffrey Addicott, diretor do Cen­­ter for Terrorism Law, diz que ela inclui também países com conexões com outras nações que têm relação pouco amigável com os EUA e que poderiam ser usados como escalas.

"A medida é um passo em di­­reção à invasão de liberdades civis. A ênfase do trabalho de in­­teligência deveria ser antes da chegada ao aeroporto."

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