As bravatas de Kim Jong-un
Ações de líder norte-coreano contribuem para escalada de tensão
29.dez.2011 Dez dias após morte de Kim Jong-il, Kim Jong-un, filho mais novo do ditador norte-coreano, é nomeado "líder supremo.
29.fev.2012 Em troca de auxílio dos EUA, Kim Jong-un suspende testes de armas nucleares e permite que inspetores internacionais façam monitoramento de atividades de principal reator do país.
12.abr.2012 Pyongyang lança foguete apesar de protestos da comunidade internacional. Lançamento, porém, fracassa após foguete percorrer 100 km e cair no mar Amarelo minutos depois.
4.mai.2012 EUA dizem que Coreia do Norte retomou construção de reator nuclear.
12.dez.2012 Pyongyang lança foguete de longo alcance que teria colocado em órbita um satélite de previsão do tempo. Ação é condenada pela ONU.
24.jan.2013 Em resposta a novas sanções do Conselho de Segurança da ONU, Coreia do Norte diz que testará foguetes com EUA como alvo.
12.fev.2013 Pyongyang confirma terceiro teste com a bomba atômica -o primeiro durante da gestão de Kim Jong-um.
8.mar.2013 Coreia do Norte, em resposta a sanções mais severas da ONU, revoga acordos de não agressão com a Coreia do Sul.
15.mar.2013 EUA dizem que aumentarão em quase 50% seu arsenal de interceptadores de mísseis na Califórnia e no Alasca, alegando a necessidade de defender o país de "ameaças crescentes" da Coreia do Norte e do Irã.
27.mar.2013 Pyongyang corta linhas linhas telefônicas de contato com a Coreia do Sul.
28.mar.2013 Kim Jong-un ordena que Forças Armadas fiquem em alerta a um ataque americano e pede para que sejam apontados mísseis para os EUA e as bases militares americanas no Pacífico. Medida é anunciada depois de Washington enviar dois bombardeiros para os exercícios militares que faz com os sul-coreanos desde o início do mês.
Milhares de norte-coreanos participaram ontem de um ato de apoio à decisão tomada à meia-noite pelo ditador Kim Jong-un de apontar mísseis do país contra os Estados Unidos. Conforme a agência oficial de notícias, o ditador considerou que "está na hora de acertar as contas com os imperialistas Estados Unidos".
Conforme o regime comunista, mais de 110 mil pessoas compareceram.
Essa medida, mais um degrau na escalada de tensão que vive a península, foi uma reação a um exercício de sobrevoo e bombardeio feito por duas aeronaves americanas com capacidade para transportar ogivas nucleares, na Coreia do Sul, ontem.
Ao manifestação durou cerca de 90 minutos e aconteceu na praça principal da capital norte-coreana, Pyongyang. Os participantes entoavam gritos de "morte aos EUA imperialistas" e "varrer os agressivos EUA".
O país comunista diz que preparará os mísseis para atacar a parte continental dos Estados Unidos e as bases militares no Pacífico em Guam e no Havaí , além da Coreia do Sul.
Especialistas consideram que um ataque aos EUA é improvável, mas temem que o clima leve a um confronto localizado.
O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse na quinta-feira que os EUA estavam preparados para enfrentar qualquer ameaça. "Devemos deixar claro que essas provocações da Coreia do Norte são levadas muito a sério por nós e responderemos a isso", disse. Em comunicado, as Forças Armadas americanas disseram que o exercício realizado na quinta-feira "demonstra a capacidade dos EUA de realizar ataques a grandes distâncias ".
Os problemas entre as Coreias foi reaceso pela aprovação de duas sanções da ONU a Pyongyang por causa do lançamento de um foguete, em dezembro, e a realização de um teste nuclear, em fevereiro.
Além da preparação das tropas para o combate, os norte-coreanos cortaram as linhas telefônicas de contato com a Coreia do Sul e romperam o armistício com Seul, vigente desde o fim dos combates da Guerra da Coreia (1950-1953).
A Rússia advertiu ontem que a tensão entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos pode sair do controle e pediu, ao mesmo tempo, que ambos países contenham seus ímpetos.
Ameaça de líder comunista põe países em alerta
Folhapress
Os governos da China e da Rússia afirmaram estar preocupados com a situação entre as duas Coreias um dia depois de o ditador do Norte, Kim Jong-un, ordenar que os mísseis do país fossem apontados para os EUA e para as bases militares americanas no Pacífico.
A medida foi tomada horas depois de Washington enviar dois bombardeiros B-2, que têm capacidade de levar ogivas nucleares, para os exercícios militares que faz com os sul-coreanos desde o início do mês.
Algumas horas depois do anúncio de Kim, foi registrado um aumento das atividades militares nas bases norte-coreanas onde ficam os mísseis de médio e longo alcance, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
"Um aumento repentino no movimento de veículos e soldados foi detectado", disse à agência uma fonte militar da Coreia do Sul.
A China, o maior aliado de Pyongyang, pediu calma. "Esperamos que as partes trabalhem", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hong Lei.
Já a Rússia fez críticas implícitas ao envolvimento dos EUA na crise e disse temer uma escalada da tensão.
Termômetro
Apesar do tom hostil de Pyongyang, o governo de Kim Jong-un manteve aberta uma importante zona econômica operada em conjunto com o vizinho que gera cerca de US$ 2 bilhões por ano.
O funcionamento do complexo industrial de Kaesong pode ser considerado uma espécie de "termômetro" das reais intenções de guerra de Pyongyang.
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