• Carregando...
Netanyahu fala para o Comitê Americano Israelense, em Washington: visita enfureceu a Casa Branca. | Pete Marovich/EFE
Netanyahu fala para o Comitê Americano Israelense, em Washington: visita enfureceu a Casa Branca.| Foto: Pete Marovich/EFE

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ontem, nos Estados Unidos, que o acordo nuclear em negociação com o Irã pode ameaçar a sobrevivência de Israel, e reiterou que ele tem a “obrigação moral” de ressaltar as diferenças profundas com o presidente norte-americano, Barack Obama, sobre a questão.

Teerã deve suspender atividade por uma década, diz Obama

  • washington

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que o Irã deve se comprometer com um congelamento verificável de pelo menos 10 anos de sua atividade nuclear para que um importante acordo seja alcançado, mas admitiu que as chances de se chegar a um consenso são reduzidas.

Obama disse que um impasse sobre o discurso planejado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao Congresso norte-americano contra o acordo com o Irã, hoje, não é algo que seria “permanentemente destrutivo” para os laços entre os EUA e Israel.

Mas afirmou que há uma “divergência substancial” entre seu governo e o governo israelense sobre a forma de alcançar o objetivo comum de impedir que o Irã adquira armas nucleares.

Em uma prévia do discurso que fará hoje ao Congresso dos EUA, que já tem colocado em risco os laços entre Israel e a Casa Branca, Netanyahu manifestou preocupação de que as conversas entre o Irã e potências mundiais permitam a Teerã se tornar um estado com armas nucleares, e disse que isso não pode acontecer.

“Como primeiro-ministro de Israel, eu tenho a obrigação moral de falar sobre esses perigos enquanto ainda há tempo de revertê-los”, disse Netanyahu, sob aplausos, em conferência anual do Comitê Americano Israelense de Relações Públicas em Washington, principal grupo norte-americano de lobby pró-Israel.

Tensão

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro buscou reduzir a tensão nos laços entre EUA e Israel, dizendo que o relacionamento entre seu país e os Estados Unidos está “mais forte do que nunca” e continuará a melhorar. Ele disse que as alegações sobre um esgarçamento na relação são “não apenas prematuras, simples-mente estão erradas”.

“Meu discurso não tem a intenção de demonstrar qualquer desrespeito ao presidente Barack Obama ou seu estimado governo”, afirmou.

Os laços conturbados entre Obama e Netanyahu atingiram um novo ponto de conflito devido ao discurso planejado do líder israelense ao Congresso dos EUA, hoje, poucas semanas antes do prazo final de março para um acordo preliminar entre o Irã e as potências.

Netanyahu deve pressionar os parlamentares norte-americanos a bloquearem um acordo com o Irã, que assessores de Obama afirmam ser um possível marco da política externa do presidente.

O convite a Netanyahu foi orquestrado por líderes republicanos no Congresso com o embaixador israelense, sem ouvir antes a Casa Branca, numa quebra de protocolo que enfureceu a Casa Branca. O presidente disse que não se encontrará com Netanyahu durante esta viagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]