Sob a vigília de policial, moradora de Craigavon passa diante de muro com mensagem do IRA Continuidade, grupo dissidente do Exército Republicano Irlandês: “Ainda em guerra”| Foto: Cathal McNaughton/Reuters
Veja onde fica Craigavon, na Irlanda

Belfast - Dissidentes do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês), contrários ao processo de paz na Irlanda do Norte, reivindicaram ontem a morte de um policial, na noite de segunda-feira. O assassinato do policial ocorreu dois dias depois que dois soldados foram mortos, elevando os temores de uma possível nova onda de violência na região depois de anos de relativa paz.

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O IRA Continuidade afirmou ter matado o policial Stephen Carroll, de 48 anos, enquanto ele fazia uma patrulha pela cidade dividida pela religião de Craigavon, a sudoeste de Belfast. Em um comunicado à mídia local, o grupo separatista ameaçou atacar novos alvos policiais "enquanto houver envolvimento britânico na Irlanda."

Este é o primeiro assassinato de um agente do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) desde a criação deste corpo, em 2001, para substituir o Royal Ulster Constabulary (RUC).

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Trata-se também do primeiro assassinato de um policial na província desde 1998, ano em que o IRA Autêntico cometeu o atentado de Omagh, no qual 29 pessoas morreram. O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, condenou ontem o crime e disse que "não haverá um retorno aos velhos tempos" na província.

"Estes são assassinos que tentam distorcer, perturbar e destruir o processo de paz que funciona para a população da Irlanda do Norte", ressaltou Brown, em uma declaração em Londres. Por mais de uma década, dissidentes do IRA tentam elevar a instabilidade na área, para reverter os resultados do processo de paz na Irlanda do Norte.

Em 1998, foi firmado um acordo – que recebeu o nome de Sexta-Feira Santa – entre políticos britânicos protestantes e irlandeses católicos, para encerrar décadas de violência. Como reflexo da importância que ainda tem a violência dissidente, líderes católicos e protestantes da Irlanda do Norte desistiram de viajar aos Estados Unidos para buscar mais investimentos.

A formação inicial do IRA matou cerca de 1,8 mil pessoas, a maioria soldados e policiais, antes de renunciar à violência em 2005. O IRA tinha mais apoio nos anos 1970, quando os católicos reclamavam de discriminação social e econômica. Porém, décadas de reformas britânicas melhoraram as condições dessa parcela da população e reduziram o apoio aos rebeldes.

Prisões

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A polícia da Irlanda do Norte prendeu ontem um homem de 37 anos e um adolescente de 17, acusados de participarem do assassinato do policial em Craigavon. Anteriormente, as autoridades haviam divulgado a prisão de um jovem de 18 anos.

O agente morto, Stephen Paul Carroll, foi baleado foi baleado na nuca por um homem que atirou pela janela traseira da patrulha policial na qual estava e que não era identificada como um veículo das forças de segurança. No tiroteio, o companheiro do agente morto foi atingido.