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Ambientalistas protestam em Copenhague: impasse nas negociações para um acordo sobre  metas de redução de CO2 provoca indignação de ativistas | Andreas Hillergren/AFP
Ambientalistas protestam em Copenhague: impasse nas negociações para um acordo sobre metas de redução de CO2 provoca indignação de ativistas| Foto: Andreas Hillergren/AFP
  • Veja os países mais comprometidos com o combate ao aquecimento global

Um novo esboço de um acordo internacional para deter o aquecimento global apresentado ontem em Copenhague não contém nenhuma menção a metas de cortes de emissões de gás carbônico nem ao financiamento de medidas de combate às mudanças climáticas. A ausência de metas é vista por especialistas como um reflexo do impasse nas negociações sobre o clima.

Ontem, os dois maiores poluidores do mundo, os Estados Unidos e a China, voltaram a trocar farpas. A China acusou os EUA e outros países ricos de renegar o compromisso de combater o aquecimento global. O enviado americano à conferência disse que a meta chinesa de reduzir as emissões de gases poluentes deveria ser verificada por fontes independentes.

O novo esboço divulgado ontem traz referências a um texto anterior, mas diz que os detalhes, como a ajuda financeira aos países pobres e as metas de longo prazo para limitar a emissão de poluentes, "ainda precisam ser elaborados".

O rascunho do acordo vem à tona em um momento no qual líderes de mais de cem países preparam-se para chegar a Cope­­nha­gue para uma reunião de cúpula que encerrará a 15.ª conferência sobre mudanças climáticas promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar dos esforços, as discussões têm avançado num passo mais lento do que o esperado em meio a desentendimentos com relação a quem deve poluir menos e a quem deve financiar os esforços.

Pobres e ricos

O esboço que começou a circular ontem enfatiza que os países industrializados são historicamente responsáveis pela maior parte das emissões globais de gás carbônico, motivo pelo qual devem "assumir a dianteira no combate às mudanças climáticas", reduzindo a poluição e fornecendo dinheiro e tecnologia às nações mais pobres.

O rascunho vem à tona um dia depois de o Grupo dos 77, que inclui dezenas de países pobres e potências emergentes como Brasil, China e Índia, ter-se retirado das negociações, acusando as nações industrializadas de quererem afundar o Protocolo de Kyoto.

A situação levou à suspensão das negociações oficiais na segunda-feira, obrigando os organizadores a criarem cinco diferentes grupos de trabalho para fazer avançar as consultas sobre as questões mais espinhosas em debate.

Reunidos em Copenhague, representantes de quase 200 países negociam um novo acordo climático capaz de suceder o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

EUA e UE

Numa videoconferência exibida em Copenhague no final da tarde de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se comprometeram a cooperar estreitamente nas negociações para um acordo.

Em Copenhague, os funcionários dos governos tentam trabalhar num acordo que irá vigorar após 2012, quando o Proto­colo de Kyoto, que fixa reduções às emissões de dióxido de carbono, expirar.

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