Washington (EFE) – O muro de 1,1 mil quilômetros que os Estados Unidos planejam construir na divisa com o México deve ser a maior barreira fronteiriça do mundo. Mas, segundo críticos do projeto, em vez de bloquear a entrada ilegal de imigrantes, a barreira vai tornar a travessia uma aventura ainda mais perigosa. A construção foi aprovada em 16 de dezembro pela Câmara dos Representantes, e começa a encontrar resistência entre representantes dos imigrantes e do próprio México.

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Para os grupos de defesa dos imigrantes, a construção não deterá a entrada ilegal nos EUA. Apenas "levará os imigrantes a regiões mais inóspitas", critica Lisa Haugaard, diretora-executiva da associação Grupo de Trabalho Latino-Americano.

A iniciativa azedou as já delicadas relações entre os EUA e o México. Nesta semana, o chanceler do México, Luis Ernesto Derbez, irá a Washington para confirmar a oposição de seu país à idéia. Ele espera convencer os EUA dos problemas que o muro deve causar antes de a construção passar pelo Senado, onde a tendência é de aprovação.

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"Ninguém no Senado parece se opor" ao projeto, disse John Keeley, diretor de comunicações do Centro de Estudos de Imigração, uma organização que é favorável à restrição da entrada de estrangeiros nos EUA. "A idéia é muito nova e recebeu um apoio surpreendente", acrescentou.

Caso se concretize, a barreira fronteiriça provavelmente será a maior do mundo, visto que a construída por Israel será finalizada com cerca de 700 quilômetros. A Muralha da China tem mais de 6 mil quilômetros, mas atravessa o norte do país.

Campanha

Nos EUA se insiste em chamar a obra de "barreira" ou "cerca", enquanto no México é denominada "muro", em uma clara alusão ao muro de Berlim. "Este muro é uma vergonha", afirma o presidente do México, Vicente Fox. Guatemala e Venezuela também protestaram contra a iniciativa. O México pretende ganhar o apoio da Colômbia, República Dominicana e dos demais países da América Central em sua campanha contra o projeto. As cercas já existentes se concentram nos trechos mais habitados.