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Professoras de escola pública de Sarasota, na Flórida, praticam tiro em meio ao debate no país para limitar a venda de armas a civis | Brian Blanco/Reuters
Professoras de escola pública de Sarasota, na Flórida, praticam tiro em meio ao debate no país para limitar a venda de armas a civis| Foto: Brian Blanco/Reuters

Limite

Nova York deve ser o primeira estado a mudar legislação

Agência Estado

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, e os parlamentares do estado estão perto de um acordo sobre um pacote para uma nova legislação de controle de armas que poderia tornar Nova York o primeiro estado norte-americano a aprovar uma lei que restringe armas de fogo após o massacre de Newtown.

O pacote inclui provisões para banir pentes de munição de alta capacidade, uma proibição mais estrita de armas de assalto e punições maiores para alguns crimes com armas. O pacote poderia ser votado ainda ontem à noite.

Após o massacre que matou 26 pessoas numa escola em Newtown, sendo 20 crianças, em dezembro, Andrew Cuomo apelou aos parlamentares estaduais para que permitissem que o estado de Nova York fosse o primeiro a enfrentar a questão do controle de armas. O apelo também é uma resposta do governador ao ataque que matou dois bombeiros na localidade de Rochester na véspera de Natal, mortos a tiros ao atenderem um chamado para combater um incêndio causado pelo autor do ataque.

O presidente dos EUA, Barack Obama, levantou ontem a possibilidade de empregar "ações executivas" – como decretos presidenciais, sem necessidade de aprovação pelo Congresso – para coibir a violência provocada pelo uso de armas de fogo no país.

"Confio que há passos que podemos tomar que não precisariam de ação legislativa", afirmou Obama.

Segundo Obama, seu vice, Joe Biden, apresentará hoje uma série de propostas sobre a venda de armas. O objetivo, diz o presidente, é evitar massacres como o de Newtown, em que um atirador matou 20 crianças e seis adultos numa escola primária – o crime completou um mês ontem.

Reeleito em novembro para mais quatro anos de mandato, o democrata afirmou ainda que "faz sentido" proibir armas de assalto, como fuzis, mas disse que os donos de armas "responsáveis" não terão com que se preocupar.

Os opositores do controle invocam a Segunda Emenda à Constituição, que garante o porte de armas. A Casa Branca alega que a emenda não está sendo questionada.

"A crença de que devemos ter um controle maior dos antecedentes, de que podemos fazer um trabalho muito melhor em termos de manter os carregadores de grande capacidade longe das mãos das pessoas que não deveria possui-los, uma proibição de rifles de assalto que seja significativa... essas são coisas que, continuo acreditando, fazem sentido", insistiu Obama.

Lobistas

O principal lobista da indústria de armas nos EUA, Associação Nacional do Rifle (NRA), afirma que o Congresso não tem votos suficientes para aprovar a proibição do uso de armas de assalto.

A NRA evitou até o momento a aprovação de outra lei contra uso de armas como a que expirou em 2004, mas alguns deputados disseram que o tiroteio na escola em Connecticut mês passado transformou o debate e que os americanos já estão prontos para leis estritas para armas.

O NRA, que tem histórico de punir deputados que concordam com este ponto de vista, discorda. "Quando um presidente leva todo o poder para seu gabinete, se ele está disposto a gastar capital político, você não vai querer fazer previsões", afirmou o presidente do NRA, David Keene. "Você não vai querer apostar no resultado, mas eu diria que a probabilidade é de eles não serem capazes de proibir o uso de armas de assalto neste Congresso."

A NRA e outros grupos pró-armas insistem que o controle de armas fere as garantias da Segunda Emenda, enquanto outros dizem que os fundadores do país há mais de dois séculos atrás não poderiam imaginar o tipo de armas poderosas que estariam disponíveis hoje.

A associação já gastou US$ 4,4 milhões desde primeiro julho para fazer lobby no Congresso. Nas eleições de 2012, o grupo gastou US$ 24 milhões em apoio a candidatos pró-armas.

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