O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta terça-feira seu orçamento para o ano fiscal 2015, avaliado em US$ 3,9 trilhões e que representa um claro desafio aos republicanos porque contempla mais gasto público, benefícios fiscais a famílias e pessoas de baixa renda e mais impostos aos ricos.

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Este orçamento "é um roteiro para a criação de empregos com bons salários e a ampliação de oportunidades para todos os americanos", ressaltou Obama ao apresentar sua proposta em uma escola primária da cidade de Washington como sinal da prioridade que dá à despesa educativa em seu projeto.

Em um ano de eleições legislativas nos EUA e com as recentes batalhas sobre o teto da dívida e o financiamento do governo já superadas, o orçamento de Obama não faz concessões aos republicanos, como em outras ocasiões, e se estrutura em torno dos objetivos de fortalecer à classe média e criar empregos.

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"Como país, temos que tomar uma decisão sobre se vamos proteger os cortes de impostos aos americanos mais ricos ou fazer investimentos inteligentes necessários para criar empregos", resumiu o presidente.

Em seguida enfatizou que o déficit está caindo "ao ritmo mais rápido em 60 anos" e, por isso, é o momento de cumprir as "obrigações com as gerações futuras sem deixar-lhes uma montanha de dívidas".

A proposta de Obama para o ano fiscal 2015 - de outubro de 2014 a setembro de 2015 - inclui expandir um crédito tributário para as famílias com crianças em idade pré-escolar que beneficiará cerca de 1,7 milhões de famílias, segundo a Casa Branca.

Além disso, o presidente propõe destinar cerca de US$ 56 bilhões em novo gasto público para programas de defesa, sanitários e educativos.

Outra das propostas é ampliar em US$ 60 bilhões durante os próximos 10 anos um crédito fiscal para os trabalhadores de baixa renda, que somente beneficia na atualidade os que têm filhos e que deve ser estendido às pessoas sem descendência.

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A Casa Branca estima que a extensão desse crédito a quem não tem filhos beneficiará 13,5 milhões de americanos e meio milhão de pessoas deixará de estar abaixo da linha de pobreza.

Todas essas novas despesas serão financiadas, em parte, com a aplicação da chamada "regra Buffett", inspirada no multimilionário Warren Buffett e que estabelece que as famílias que ganhem mais de US$ 1 milhão ao ano devem ter uma carga impositiva de pelo menos 30%.

A limitação das deduções fiscais aos ricos com a aplicação dessa regra reduzirá o déficit em US$ 650 bilhões durante a próxima década, segundo a Casa Branca.

Para fortalecer o crescimento e a criação de emprego, o orçamento de Obama contém, além disso, suas já conhecidas propostas de configurar uma rede de 45 institutos de inovação industrial e de solicitar ao Congresso US$ 302 bilhões para investimentos em infraestrutura em quatro anos.

Além disso, para o líder continua sendo fundamental a aprovação de uma reforma migratória, algo que contribuiria para um crescimento econômico de US$ 1,4 trilhão durante os próximos 20 anos, de acordo com a Casa Branca.

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O presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, o republicano John Boehner, criticou duramente o orçamento e disse que provavelmente são as contas "mais irresponsáveis" apresentadas por Obama desde que chegou à Casa Branca em janeiro de 2009.

"Este orçamento é um claro sinal que este presidente renunciou a todos os esforços para fazer frente a nossos graves problemas fiscais, que estão minando o futuro de nossos filhos e netos", lamentou Boehner, ao antecipar que nas próximas semanas os republicanos apresentarão um projeto alternativo.

Segundo o quadro macroeconômico incluído hoje no orçamento de Obama, a previsão é que a recuperação econômica dos EUA se consolide com um crescimento de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 e de 3,4% em 2015.

O orçamento antecipa também que a taxa de desemprego se reduzirá em 2014 até 6,9%, contra os 7,4% com os quais fechou 2013, e desça ainda mais, até 6,4%, em 2015.

Além disso, prevê que o déficit irá reduzindo progressivamente, dos 4,1% com os quais fechou 2013 a 3,7% em 2014 e 3,1% em 2015 em porcentagem com relação ao PIB

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