Com Susan Rice, eleito reforça laço com as Nações Unidas
Após oito anos em que George W. Bush minimizou o papel da ONU, a relação dos EUA com o organismo internacional deve ganhar novo tom sob Barack Obama. O primeiro sinal disso foi a nomeação, ontem, de Susan Rice, favorável ao multilateralismo e ao intervencionismo humanitário "ações dramáticas contra violência e a pobreza ao redor do mundo como embaixadora na ONU.
Senadora fará política externa pragmática
A nomeação da ex-rival Hillary Clinton como secretária de Estado projeta a intenção do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, de adotar uma abordagem pragmática, porém dura, em política externa. Mas a senadora leva também ao gabinete uma maior prontidão em defender o uso da força em conflitos internacionais.
Chicago - Barack Obama confirmou ontem que o rosto de seu governo para o mundo terá Hillary Clinton à frente da diplomacia, Robert Gates no comando das armas e James Jones cuidando da estratégia. O presidente eleito dos EUA anunciou os três nomes para, respectivamente, os departamentos de Estado e Defesa e o Conselho de Segurança Nacional.
Como no ditado americano sobre a indumentária das noivas, o cerne de política externa e segurança nacional do governo obamista tem algo novo (Jones, considerado diplomático e bipartidário), algo velho (a volta da ex-primeira-dama ao centro de decisões oito anos após deixar a Casa Branca) e algo emprestado (Gates, que há dois anos ocupa o cargo sob Bush).
Em entrevista coletiva em Chicago, em que anunciou esses e outros três nomes, que se perfilavam comportados atrás do presidente eleito, Obama justificou a escolha. "Eles concordam com meu pragmatismo sobre o uso do poder e minhas intenções quanto ao papel dos EUA como líder.
Como no discurso da vitória, em 4 de novembro, e no programa radiofônico por ocasião do Dia de Ação de Graças, na quinta, Obama voltou a usar a expressão que o novo governo, que assume em 20 de janeiro, parece querer emplacar como o equivalente moderno do "New Deal (novo acordo) de Franklin Roosevelt: "Neste mundo de incertezas, chegou a hora de um novo começo, uma nova aurora da liderança americana.
Hillary Clinton foi a primeira a falar depois do futuro presidente e também a que mereceu mais deferência, entrando e saindo ao lado de Obama.
A atuação no papel de subordinada da senadora, que até três meses atrás era oponente do democrata, é um dos grandes mistérios do novo gabinete.
Depois de chamada de "minha querida amiga por Barack Obama, Hillary agradeceu a seus eleitores nova-iorquinos, que a partir de janeiro deixará de representar no Senado, dizendo que usará o que aprendeu com eles. "Nova-iorquinos não têm medo de falar o que pensam e fazê-lo em todas as línguas.
Acusações de campanha
Mais adiante, a questão da rivalidade seria levantada por um repórter. Obama disse entender que era "divertido para a mídia retomar as acusações feitas de parte a parte durante a campanha, mas que, passado o calor da disputa, ele e Hillary compartilham "a visão de que os EUA devem ser seguros e estar a salvo.
Na mesma ocasião, Obama anunciou Susan Rice como embaixadora dos EUA na ONU, decisão considerada polêmica por alguns analistas. É que, ao fazer isso, Obama traz a posição ao nível de gabinete teoricamente, Hillary e Rice falarão de igual para igual, e não com a segunda subordinada à primeira, como ocorre com os titulares atuais, o que pode criar atrito.
O eleito confirmou ainda Janet Napolitano no Departamento de Segurança Interna. A governadora do Estado fronteiriço do Arizona deve trazer um manejo diferente do ocupante atual, Michael Chertoff, em relação à imigração ilegal, maior desafio de sua pasta. Ela é cética, por exemplo, quanto à eficácia da barreira hoje em construção entre EUA e México.
Por fim, Obama confirmou Eric Holder na Justiça. O advogado é o primeiro negro da história dos EUA a ocupar o cargo e disse que seu desafio será combinar a preocupação com a segurança do país ao respeito à Constituição -leis de exceção em nome da "guerra ao terror e a politização do departamento são a herança de Bush.
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