Presidente afirma que o fechamento da prisão é uma questão de manter os valores e a lei dos EUA| Foto: Mandel Ngan / AFP Photo

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em uma entrevista exibida nesta segunda-feira (2) que se preocupa com a possibilidade de prisioneiros libertados da prisão militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, retomarem ataques contra os Estados Unidos.

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Ele disse à NBC News, no entanto, que o fechamento da prisão é uma questão de manter os valores e a lei dos EUA, e que não fazer isso tornaria os norte-americanos menos seguros.

"Podemos garantir que eles não vão tentar participar de outro ataque? Não", disse Obama. "Mas o que posso garantir é que se não preservarmos nossa Constituição e nossos valores, ao longo do tempo isso nos tornaria menos seguros. E seria um instrumento de recrutamento para organizações como a al-Qaeda."

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Em um de seus primeiros atos de governo, Obama, que assumiu a Presidência dos EUA no dia 20 de janeiro, assinou uma ordem executiva determinando o fechamento da prisão de Guantánamo em um ano. Cerca de 250 suspeitos de terrorismo são mantidos em Guantánamo, muitos deles estão presos há anos sem acusação formal e alguns foram submetidos a interrogatórios considerados por grupos de direitos humanos como equivalentes a tortura.

Críticos de Obama ressaltam que até mesmo o ex-presidente George W. Bush queria fechar Guantánamo. Eles dizem que o difícil é decidir o que fazer com os prisioneiros porque não podem ser enviados aos países de origem, onde poderiam ser torturados, e a outros países que não estão dispostos a recebê-los.

Há ainda temores de que alguns voltem a praticar ataques contra os EUA. Diversos dos prisioneiros libertados pelo governo Bush voltaram à atividade em grupos militantes anti-EUA. "Será fácil?", perguntou Obama na entrevista. "Não, porque temos cerca de duas centenas de militantes linha-dura que, infelizmente, por causa de alguns problemas que tivemos anteriormente na reunião de evidência, não seremos capazes de processar nos tribunais comuns, mas não queremos libertá-los."

Ele disse estar confiante, no entanto, de que o governo encontraria uma solução equilibrando segurança e os valores legais dos EUA.

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