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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (15) que trocou cartas com o novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, que se comprometeu a atuar com firmeza para evitar qualquer intervenção ocidental na Síria. A revelação foi feita em entrevista ao programa This Week With George Stephanopolous, da emissora ABC News.

Obama declarou que a tentativa de solução diplomática para o uso de armas químicas na Síria deve mostrar ao Irã que é possível se resolver com diplomacia debates sobre armamentos.

O presidente americano, no entanto, ressaltou que isso não invalida a possibilidade de uma ação militar para impedir a criação de uma bomba nuclear iraniana.

`Acho que os iranianos entendem que o tema nuclear é um problema muito maior para nós que a questão das armas químicas, que a ameaça contra Israel de um Irã nuclear é muito mais próximo de nossos interesses'', afirmou o presidente.

"Acho que o novo presidente não vai tornar de repente as coisas mais fáceis. Mas minha opinião é que se você tem uma ameaça factível da força, junto com um esforço diplomático rigoroso, pode-se chegar a um acordo", disse.

Putin

Também durante a entrevista, Obama rejeitou a alegação do presidente russo, Vladimir Putin, de que os rebeldes sírios foram os responsáveis pelo ataque com gás químico em 21 de agosto, mas disse, contudo, ver de modo positivo o papel diplomático de Putin na crise.

Obama disse ainda que qualquer acordo sobre a Síria deve incluir uma maneira verificável de garantir que o país entregue toda sua capacidade de armas químicas.

"Acho que há uma forma de eu e o senhor Putin, embora tenhamos muitas diferenças, desempenharmos um papel importante nisso", disse Obama. "E acho positivo que ele esteja envolvido, e que diga que irá assumir a responsabilidade por pressionar seu aliado, o regime de Assad, a lidar com essas armas químicas".

Economia

Na entrevista, Obama culpou os republicanos conservadores por um impasse sobre o orçamento americano e insistiu que, embora estivesse disposto a regatear impostos e gastos, não faria um acordo que impusesse condições sobre aumentar o limite da dívida do país.

Com uma possível paralisação do governo em duas semanas, e a ameaça de um calote da dívida dos Estados Unidos já em meados de outubro, Obama disse que cabe aos parlamentares elaborarem um orçamento.

Mas ele insistiu que o orçamento deveria conter gastos suficientes para ajudar a apoiar o crescimento econômico, e acrescentou que não permitirá aos republicanos a imposição de condições para aumentar o limite de endividamento norte-americano de 16,7 trilhões de dólares.

"Apresentamos nosso orçamento", disse Obama. `Agora cabe ao Congresso surgir com um orçamento que mantenha a tendência de longo prazo de... redução do déficit avançando, mas que também nos permita investir em coisas que precisamos para crescer".

Negociar cortes em seu programa de sistema de saúde em troca de um aumento no limite de endividamento do país não é uma opção, disse Obama.

"O que eu não estava disposto a negociar, e não irei negociar, é o teto da dívida", disse.

Com a crise da Síria menos premente, Washington enfrenta outro confronto fiscal. A maioria das operações do governo vai parar em 1º de outubro a menos que o Congresso aprove um orçamento que o presidente aceite, e os Estados Unidos correm o risco de um calote da dívida em meados de outubro se os parlamentares adiarem elevar o limite da dívida.Obama e o Congresso liderado pelos republicanos continuam em desacordo tanto sobre o orçamento quanto sobre o limite da dívida.

"Meios de fazer isso"

Na semana passada, os parlamentares consideraram ampliar o fundo do governo que está atualmente em US$ 988 bilhões até meados de dezembro, mas os republicanos do Tea Party insistiram que os cortes no Obamacare continuem como parte do pacote.

Obama vai destacar o aniversário de cinco anos da crise financeira dos EUA em um esforço para retomar sua agenda doméstica depois de passar semanas lidando com a Síria e sobre como responder ao uso de armas químicas por aquele país. A crise financeira foi desencadeada em 15 de setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers entrou com pedido de falência.

O presidente deve se concentrar no positivo, discutindo o progresso realizado e destacando suas medidas para incentivar a criação de empregos em meio a batalhas orçamentárias esperadas com os republicanos no Congresso nas próximas semanas.

Obama disse que estaria disposto a conversar com o presidente da Câmara, John Boehner, sobre reverter profundos cortes de gastos, que entraram em vigor neste ano através do processo conhecido como sequestro, mas disse que o principal republicano do Congresso era um parceiro relutante.

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