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Obama assina a autorização de financiamento público para pesquisas com células-tronco embrionárias: cientistas comemoram e Igreja protesta | Chris Kleponis/AFP
Obama assina a autorização de financiamento público para pesquisas com células-tronco embrionárias: cientistas comemoram e Igreja protesta| Foto: Chris Kleponis/AFP

Vaticano critica decisão

O jornal vaticano L’Osservatore Romano criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de pôr fim às restrições impostas ao financiamento público de pesquisas com células-tronco embrionárias no país. Em um artigo que será veiculado em sua edição de hoje, mas que foi antecipado à imprensa, a publicação afirma que "o embrião é um sujeito em seu significado ontológico", e que "é sobre este pensamento que se funda uma real democracia".

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  • Confira que decisão de Obama abre frente de pesquisas para tratamentos de doenças

Washington - Na sequência de canetadas com as quais vem revertendo as posições mais polêmicas de seu antecessor, o presidente Barack Obama assinou ordem executiva que derruba decisão de George W. Bush que proibia fundos federais de serem usados em novas pesquisas com células-tronco embrionárias, implantada em 2001.

A proibição era um dos símbolos da "Era Bush" e vinha sendo criticada amplamente pela comunidade científica. O republicano se alinhava a grupos religiosos ao impedir que dinheiro público fosse usado nesse tipo de pesquisa, que em geral destrói embriões descartados em clínicas de fertilização, prática considerada semelhante ao aborto pelos críticos.

As células-tronco embrionárias são capazes de se transformar praticamente em qualquer tipo de tecido humano. A maior parte da comunidade científica defende que a pesquisa pode vir a ajudar em tratamentos para diabetes, doenças degenerativas como mal de Parkinson e, nas hipóteses mais otimistas, reverter paralisia por lesão na medula espinhal.

"Muitas pessoas cuidadosas e decentes têm conflitos ou se opõem fortemente a esse tipo de pesquisa. Eu entendo suas preocupações, e nós devemos respeitar seu ponto de vista’’, disse Obama, ao assinar a ordem, sob aplausos, para então afirmar: "Mas nós devemos tomar decisões científicas baseadas em fato, não em ideologia’’.

No mesmo ato, Obama reforçou sua posição contra pesquisas com clonagem reprodutiva, já proibida nos EUA: "Vamos assegurar que nosso governo nunca abra a porta para o uso de clonagem para reprodução humana. Isso é perigoso, profundamente errado e não tem lugar em nossa sociedade’’.

Assinou ainda ordem executiva que restaura o que chamou de "integridade científica’’. Pela determinação, decisões do governo dos EUA relacionadas a fundos para pesquisas ou contratações no setor não podem levar em conta ideologia ou orientação religiosa – outra crítica constante à administração Bush era quanto à politização do uso dessas verbas.

O sucessor do republicano não detalhou, no entanto, como fará para evitar que esse tipo de discriminação aconteça em sua gestão ou mesmo para que não ocorra discriminação reversa – que as verbas agora passem a ser destinadas apenas a cientistas vistos como progressistas. A oposição reagiu à decisão. Para Christopher Smith, deputado federal republicano por Nova Jersey, Obama é o "presidente do aborto’’.

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