O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, obteve nesta quarta-feira o apoio para sua reforma do sistema de saúde de um antigo crítico e de um grupo de freiras, que rompeu com bispos na questão do aborto e pediu a aprovação final do projeto no Senado.

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O parlamentar Dennis Kucinich, um dos mais liberais membros do Congresso, se tornou o primeiro democrata da Câmara dos Deputados a trocar o "não" pelo "sim" em relação à reforma, a poucos dias da votação da matéria, no fim de semana.

"Este é um momento decisivo sobre se iremos ou não ter qualquer oportunidade de passar a primeira etapa da saúde", disse Kucinich, ao anunciar sua mudança dois dias depois de Obama ter tentado convencê-lo durante um voo do avião presidencial Air Force One para Ohio, seu estado natal.

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Líderes de ordens religiosas católicas representando cerca de 59 mil freiras pediram ao Congresso que aprove o projeto do Senado para a saúde, que tem a oposição da Conferência dos Bispos Católicos por não restringir suficientemente a cobertura para o aborto.

"Apesar das falsas alegações em contrário, o Senado não vai isentar de impostos recursos para abortos por opção", dizia a carta enviada pela entidade aos congressistas. "Esta é uma autêntica posição pró-vida, e nós, como católicos, somos todos a favor dela."

O novo apoio representa um impulso para líderes democratas que se empenham em concluir um pacote final de mudanças na versão da reforma da saúde apresentada pelo Senado e conseguir os 216 votos necessários na Câmara para a aprovação.

Kucinich, que votou contra o projeto de reforma quando a Câmara aprovou sua versão em novembro, porque o texto não era suficientemente liberal, disse que a votação do fim de semana na versão do Senado estaria mais perto de acontecer.

"Mesmo que eu não goste do projeto, tomei a decisão de apoiá-lo na esperança de que possamos nos encaminhar para uma posição mais abrangente depois que a legislação estiver pronta", disse ele a repórteres.

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Kucinich é o primeiro dos democratas da Câmara que votaram contra a matéria em novembro a mudar para o grupo do "sim", mas Obama e líderes na Câmara estão freneticamente buscando mais apoio na tentativa de obter os 216 para a aprovação.

"Isso é um bom sinal", afirmou Obama a jornalistas no Salão Oval.

É pouco provável que Kucinich, um ex-candidato presidencial conhecido por sua forte convicção liberal, tenha muitos seguidores entre os democratas, já que a maior parte da oposição no partido veio dos moderados.

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