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"Companheiro Obama... Com essa crise toda, você tá rindo do quê?" | Larry Downing/Reuters
"Companheiro Obama... Com essa crise toda, você tá rindo do quê?"| Foto: Larry Downing/Reuters

Como outros presidentes afetados pela crise, Barack Obama vê as piores condições econômicas em uma geração como uma oportunidade para avançar em sua audaciosa plataforma. Caso seja bem-sucedido, Obama pode realinhar seu país para as próximas décadas.

O lado ruim: ele pode ser vítima de seus planos grandiosos e das grandes expectativas, caso não realize o que promete.

Claramente, Obama está assumindo os riscos. Nas suas primeiras cinco semanas no cargo, em seu primeiro orçamento e em sua primeira fala ao Congresso, Obama deixou claro que tenta realizar suas ambiciosas promessas de campanha. Ao mesmo tempo, trabalha para reverter a recessão herdada, resgatando os setores bancário, imobiliário e financeiro.

O presidente quer livrar o país da dependência do petróleo, aumentar a porcentagem de crianças novas na escola, controlar o aquecimento global, retirar as tropas do Iraque, melhorar as leis sobre impostos, construir vias de transporte, reabilitar a imagem dos EUA no exterior e até mesmo encontrar a cura para o câncer. Nesta semana, ele participou de um encontro sobre saúde para lançar uma grande iniciativa que ele espera que dê frutos em 2009.

"Eu acredito que nós estamos em um extraordinário momento, repleto de perigo, mas repleto de oportunidade, e acho que essa é a hora em que você quer ser presidente", disse Obama à rede pública de tevê PBS em entrevista recente.

Grandes questões pairam sobre essa visão mais ampla. Obama pode conseguir apoio suficiente dos parlamentares e do público para realizar o que almeja sem grandes mudanças? Em caso positivo, as suas receitas para os males do país funcionarão?

Politicamente, ele está apostando que as recompensas valem os riscos. E há muitos, enquanto ele tenta fazer tanto tão rápido, com o país tão em desarranjo profundo.

Obama pode se mostrar ao fim incapaz de fazer as mudanças duradouras prometidas do candidato. Seus conselheiros dizem que, ao fim, ele levará o crédito por colocar o país nos eixos diante de uma série de problemas de longa duração. Porém os eleitores em busca de resultados imediatos podem não ter a mesma opinião e outros podem ver com maus olhos a ampla expansão do escopo do governo.

Caso a recessão não se reverta nos próximos anos, Obama pode ser acusado de enfocar demais o longo prazo. Ele apontou recentemente que suas chances de reeleição podem diminuir caso a economia demore a voltar para os eixos. Ele recebeu más notícias no fim de março, com a economia se contraindo 6,2% nos últimos três meses de 2008, o pior resultado em um quarto de século.

Trabalhando a seu favor estão o alto índice de aprovação e o grande capital político do presidente recém-eleito. Mesmo antes de eleito, esperava-se que Obama gastasse esse capital em alto estilo.

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