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Não há razão para prever fraudes nas eleições presidenciais peruanas do dia 9, disse na terça-feira o chefe da missão internacional de observação, apesar das acusações em contrário de alguns candidatos.

O Peru reformulou seu sistema eleitoral desde 2000, quando o então presidente Alberto Fujimori obteve um terceiro mandato, numa votação absolutamente manipulada, segundo Lloyd Axworthy, chefe da missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA).

- Achamos que o maquinário posto em funcionamento tem várias salvaguardas contra quaisquer esforços de manipular a votação. Comparado com aquilo que vi em 2000, passos muito importantes foram dados - disse o ex-chanceler canadense.

O nacionalista radical Ollanta Humala, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas, argumenta que as elites peruanas estão conspirando para que ele não obtenha 50% dos votos no primeiro turno de domingo.

As pesquisas mais recentes lhe dão 31%. Seus principais rivais são a conservadora Lourdes Flores e o ex-presidente Alan García, de centro-esquerda.

- Evidentemente pretendem retirar Ollanta Humala e garantir que apenas eles (Flores e García) entrem num segundo turno - disse Humala à Reuters na semana passada.

A candidata preferida de Fujimori, Martha Chávez, também falou em fraude, dizendo que os 7% com que aparece nas pesquisas não refletem a vontade dos eleitores.

Humala, um ex-militar, diz que milhares de soldados eleitores seus estão sendo enviados para lugares remotos de forma a não poderem votar no dia 9. O Peru não tem votação antecipada ou pelo correio.

Mas Axworthy disse que os quase 50 mil soldados que não poderão votar representam menos de 1% do eleitorado.

- Não acho que seria justo sugerir que isso está sendo preparado como alguma forma de alterar o resultado eleitoral - afirmou ele, acrescentando que a segurança extra implicará em um maior comparecimento dos eleitores. - Nao significa que o sistema seja perfeito - disse Axworthy, lembrando que um milhão de peruanos, a maioria indígenas, não votam por nao ter documentos de identidade.

Além disso, 500 mil peruanos que vivem no exterior não podem participar do registro eleitoral.

A guerrilha Sendero Luminoso, que protagonizou uma violenta insurgência nas décadas de 1980 e 1990 e matou 13 policiais em dezembro, distribuiu folhetos no centro do Peru propondo um boicote eleitoral.

O canadense disse que a maior preocupação da missão de observadores é com a segurança no dia da eleição. Ele pediu aos candidatos que evitem ataques pessoais "dramáticos demais", pois isso provoca polarizações.

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