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A média diária de óbitos registrados na cidade de Moscou dobrou para aproximadamente 700 em um momento no qual a capital russa está encoberta por uma venenosa névoa resultante dos incêndios florestais que devastam os arredores da metrópole em meio à onda de calor mais intensa de que se tem registro na história da Rússia.

O responsável pela área de saúde da cidade de Moscou, An­­drei Seltsovky, atribuiu a elevação da média de óbitos na capital às altas temperaturas sem precedentes registradas nas últimas semanas e à sufocante névoa.

De acordo com Seltsovky, em um período normal, entre 360 e 380 óbitos são registrados diariamente em Moscou. No verão (bo­­real) deste ano, porém, a média diária de óbitos já alcança cerca de 700, disse ele.

Citado por agências russas de notícias nesta segunda-feira, Selt­­sovky comentou que os necrotérios da cidade quase lotados, abrigando atualmente 1.300 corpos, perto de sua capacidade máxima.

Até o momento, segundo nú­­meros oficiais, 52 pessoas perderam a vida por influência direta dos incêndios florestais. Mais de 2 000 imóveis foram destruídos e os voos para Moscou têm sido cancelados ou desviados.

Hoje, uma névoa acre encobria Moscou pelo sexto dia consecutivo. As concentrações de mo­­nóxido de carbono e de outras substâncias venenosas estão en­­tre duas e três vezes superiores aos níveis considerados seguros. Esses poluentes transportados pe­­lo ar atingiram concentração recorde no final de semana, excedendo os limites seguros em quase sete vezes.

Cerca de 550 focos de incêndio eram registrados em todo a Rússia nesta segunda-feira, principalmente na porção oeste do país, dentre eles cerca de 40 ao redor de Moscou, segundo dados do Mi­­nistério de Situações Emergen­­ciais. Os incêndios são causados pela onda de calor mais intensa em 130 anos de registros.

Caso histórico

Diarmid Campbell-Lendrum, especialista da Organização Mun­­dial de Saúde (OMS) em Genebra, comentou que, sozinhas, as altas temperaturas já seriam capazes de fazer dobrar o número médio de óbitos em uma cidade como Moscou, a exemplo do que ocorreu na onda de calor que atingiu a Europa em 2003.

Alexander Frolov, chefe do serviço de meteorologia da Rús­­sia, disse que a atual onda de calor pode ser a pior em até mil anos, segundo documentos históricos.

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