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Cuba não vê mudanças importantes na política do presidente norte-americano, Barack Obama, que renovou esta semana por um ano o embargo comercial de quase meio século imposto ao governo comunista, disse nesta quarta-feira o chanceler cubano.

"Obama foi um presidente eleito sobre a base da mudança... Onde está a mudança no bloqueio a Cuba? Não há mudança", disse Bruno Rodríguez aos jornalistas em Havana.

"A chegada ao governo de um novo presidente dos Estados Unidos não significou nenhuma mudança na aplicação do bloqueio", acrescentou.

Obama prometeu "relançar" as relações com Cuba e tomou algumas medidas como a eliminação das restrições para que norte-americanos viajem e enviem dinheiro a seus familiares na ilha.

Entretanto, deixou claro que não vai apoiar o fim do embargo até que Cuba mostre avanços concretos nos direitos humanos.

Obama estendeu na segunda-feira por um ano as determinações legais que justificam as sanções.

O chanceler cubano disse, no entanto, que Obama era um "homem bem intencionado e inteligente" e que seu governo tem posto em prática uma "retórica menos agressiva" contra a ilha.

"O presidente Obama tem a oportunidade histórica de usar suas faculdades executivas ou de liderar a eliminação do bloqueio a Cuba", disse Rodríguez.

O ministro acrescentou, em entrevista coletiva, que o embargo comercial que os EUA impõem a Cuba há 47 anos é o principal impedimento para o desenvolvimento econômico da ilha, que foi atingida fortemente pela crise financeira global.

Segundo os cálculos dos chanceleres, as sanções custaram a Cuba pelo menos 236 bilhões de dólares, em valores atuais, desde sua aplicação, em 1962.

Rodríguez disse que por culpa do embargo norte-americano, Cuba não pôde comprar este ano o medicamento Elspar, do laboratório Merck, para tratar crianças com leucemia.

"É um exemplo criminoso da aplicação do bloqueio contra setores vulneráveis, como a infância. Nem sequer em estado de guerra", disse.

A Anistia Internacional pediu na semana passada a Obama que não renovasse as sanções comerciais que, segundo o grupo de direitos humanos, violam o direito dos cubanos à saúde.

O chanceler anunciou que Cuba apresentará em 28 de outubro à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) uma resolução contra o embargo.

Uma proposta similar recebeu no ano passado um recorde de 185 votos a favor e três contra: Estados Unidos, Israel e as ilhas Palau.

"A revolução cubana é sólida e imbatível, com bloqueio ou sem bloqueio", disse Rodríguez.

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