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Combatentes das forças rebeldes refugiam-se na fronteira da Síria com a Turquia. Violência no país continua | Umit Bektas/Reuters
Combatentes das forças rebeldes refugiam-se na fronteira da Síria com a Turquia. Violência no país continua| Foto: Umit Bektas/Reuters

O secretário-geral da Or­­ga­­nização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ontem que é responsabilidade do governo sírio garantir a liberdade de movimento dos observadores da entidade que foram enviados ao país para monitorar o cessar-fogo em vigor desde a última quinta-feira.

Ban voltou a alertar que o cessar-fogo na Síria é "muito frágil" e afirmou que as forças da oposição "precisam cooperar plenamente".

Ativistas voltaram a reportar ontem ataques das tropas do governo na Síria.

Os ataques estariam a ocor­­rer nas cidades de Homs, Hama e Idlib, focos da revolta contra o presidente Bashar Assad. Segundo os ativistas, 14 pessoas foram mortas ontem nessas três cidades.

As informações sobre bom­­bardeios e mortes partiram do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres, e dos Comitês de Coordenação Local, que reúnem vários grupos oposicionistas sírios.

Não foi possível confirmar com fontes independentes as informações.

Embora o nível geral de violência tenha caído significativamente desde então, ataques de forças sírias a redutos oposicionistas durante o fim de semana levantaram dúvidas sobre o comprometimento do regime de Bashar Assad com o plano elaborado pelo mediador da ONU pa­­ra a Síria, Kofi Annan, pa­­ra dar fim a 13 meses de hos­­tilidades entre governo e oposicionistas.

Um grupo de seis observadores da ONU já está em Damasco negociando os termos da missão com autoridades sírias.

Durante coletiva em Bru­­xelas, Ban pediu ontem ao regime de Assad que garanta aos observadores plena liberdade para levar a cabo sua missão. "Eles deverão ter permissão para se deslocarem a quaisquer lugares onde poderão testemunhar o fim da violência," disse.

Segundo Ban, o cessar-fogo é "muito frágil", mas é fundamental que se mantenha em pé para que o "diálogo político tenha continuidade".

O secretário-geral também pediu a total cooperação das forças de oposição e acrescentou que a ONU pretende aumentar o número de observadores na Síria para 30 e, posteriormente, para cerca de 250 pessoas, dependendo de autorização do Conselho de Segurança da ONU ainda nesta semana.

A violência na Síria já cau­­sou mais de 11.100 mortes desde o início do levante popular contra Assad, em março do ano passado, segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres. O número inclui 7.972 civis e 3.145 militares e combatentes oposicionistas. Desde o início do cessar-fogo, o número de mortos chega a 55, informou o observatório.

O emir do Catar, o xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, disse ontem em visita a Roma que o plano de paz da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), negociado por Kofi Annan para pacificar a Síria, tem apenas "3% de chances" de dar certo. Segundo ele, a violência impede que o plano de pacificação funcione. Ele afirmou que o povo sírio precisa ser apoiado não apenas com meios pacíficos, mas também "com armas".

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