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Prédios destruídos em Homs, palco de combates entre forças do governo sírio e rebeldes | Zaman Al Wasel/Reuters
Prédios destruídos em Homs, palco de combates entre forças do governo sírio e rebeldes| Foto: Zaman Al Wasel/Reuters

Plano de paz

Proposta em discussão nas Nações Unidas exige o fim de ataques

AFP

O projeto de declaração sobre a Síria que está em discussão no Conselho de Segurança da ONU exige do governo de Damasco respeitar o compromisso de cessar suas ações militares em 10 de abril e que a oposição síria faça o mesmo nas 48 horas seguintes.

Se as hostilidades não terminarem nos prazos previstos, "o Conselho considerará qualquer outra medida que julgue apropriada".

Prevendo um eventual fim das hostilidades, o Conselho pede ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que prepare um eventual "mecanismo de supervisão confiável e eficaz". Assim, prevê enviar uma missão de observação de cerca de 250 homens não armados com uma autorização prévia do Conselho.

O regime sírio enviou ontem reforços militares contra os rebeldes apesar de sua promessa de aplicar imediatamente o plano de paz de Kofi Annan, emissário da Liga Árabe e da ONU.

Desde o início da revolta popular iniciada em 15 de março de 2011 contra o governo, a violência na Síria deixou mais de 10 mil mortos, entre eles mais de 7.300 civis, segundo grupos de direitos humanos.

Em visita ao país, a subsecretária-geral de assuntos humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Valerie Amos, instou o Brasil a continuar apoiando as decisões do Conselho de Segurança da que buscam aumentar o acesso da assistência externa à população da Síria.

"Estive na Síria há três semanas, fui a primeira pessoa a visitar o distrito de Baba Am­­ro, em Homs [palco de com­­bates entre as forças do regime e os opositores]. O lugar estava destruído e a maior parte da população havia fugido por causa do conflito", disse a representante da ONU, em reunião com jornalistas no Centro de Informação das Nações Unidas no Rio.

"O comércio estava fechado e, além das forças de segurança, havia apenas algumas famílias tentando salvar alguns de seus pertences. Nossa principal missão agora é negociar com o governo sírio para conseguir o acesso de mais pessoas que possam entregar a ajuda humanitária necessária", acrescentou.

Amos, que é a primeira mu­­lher a chefiar o escritório de coordenação de assuntos humanitários (Ocha), está em sua primeira missão pela ONU na América Latina.

Ela esteve no Panamá antes de vir ao Brasil e encontrou-se ontem em Brasília com os ministros Antônio Pa­­triota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e Fer­­nando Bezerra (Integração Na­­cional).

Resposta a desastres

O objetivo oficial de sua visita foi discutir mecanismos que possam "fortalecer a troca de experiências na resposta a desastres e ajuda humanitária".

"O Brasil tem uma atuação reconhecida na defesa dos direitos humanos e na resposta a desastres, especialmente em grandes áreas urbanas e em enchentes", disse Amos, que também destacou a interação entre os três níveis de governo nas ações.

Questionada sobre as denúncias de corrupção e ineficiência em diversos processos de recuperação de áreas atingidas, como a tragédia da região serrana do Rio, Amos disse que "o crucial é aprender com as experiências anteriores". "Desde que estou nesse car­­­­­­go, todos os países que vi­­­­si­­tei sempre disseram "nós po­­deríamos ter feito melhor’. Mesmo o Japão, que é extremamente avançado na rea­­ção a desastres, aprendeu com sua expe­­riência recente [após o terremoto e tsunami de 2011]."

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