Negociações
Questões de difícil entendimento em Cancún:
O Fundo Verde
- Os países industrializados se comprometeram em Copenhague a mobilizar US$ 100 bilhões de por ano até 2020 para ajudar países pobres. Mas sua gestão é objeto de debate. Os países em desenvolvimento querem que dependa da ONU, enquanto outros, como EUA, pedem independência.
Transferência de tecnologia
- Trata-se de ajudar os países mais vulneráveis a ter acesso às tecnologias que permitem reduzir as emissões de CO2.
Emissões de gases de efeito estufa
- A conferência deverá buscar uma fórmula jurídica para fixar cortes de emissões de CO2 até 2020, conforme prevê o Acordo de Copenhague.
Desmatamento
- Cancún pode tornar efetivo o mecanismo REDD+, que consiste em pagar compensações financeiras aos países que reduzirem o desmatamento ou a degradação de suas florestas.
Cumprimento de metas
- O controle dos esforços realizados para reduzir as emissões de CO2 é um dos temas mais espinhosos da negociação. China, principal emissor mundial, é reticente ao controle exterior de seus planos climáticos.
Fonte: Da Redação, com agências
Cancún - A chefe da Convenção do Clima da ONU, Cristiana Figueres, invocou ontem a deusa maia das artes, Ix Chel, para pedir aos países que usem "a razão e a criatividade" para conseguir resultados concretos na Conferência do Clima de Cancún.
Falando durante a abertura da COP-16, na manhã de ontem, a diplomata costa-riquenha comparou o acordo do clima a uma "tapeçaria", que para ficar mais elaborada depende de cooperação internacional.
"A via multilateral precisa ser o canal de confiança para o combate à mudança climática", afirmou Figueres.
Ela apontou, porém, diversos "buracos" na tapeçaria climática. Um deles é a necessidade de estender por mais um período de compromisso o Protocolo de Kyoto, para evitar que o mundo fique sem nenhum acordo do clima após 2012 quando Kyoto expi- ra. Ontem, o Japão afirmou que não assinaria uma segunda fase de Kyoto, o que enfureceu os países em desenvolvimento.
A COP-16 começou com atraso. O forte esquema de segurança armado pelo governo mexicano isolou o Moon Palace, resort onde a reunião ocorre, e bloqueios policiais nas estradas provocaram atraso na chegada de delegados.
Setor privado
A pressão do setor privado na conferência não vai se dar somente por manifestos e cartas de posicionamentos divulgados à sociedade. Acontecerá também presencialmente. Dezenas de missões empresariais de vários países já embarcaram ou vão embarcar ao México para debater, em eventos paralelos à COP-16, a participação do setor privado na questão das mudanças climáticas. E cobrar avanços na conferência principal.
Entre os eventos de maior relevância destaca-se o World Climate Summit (WCS), que promete reunir mais de 300 lideranças empresariais e investidores de peso para discutir o assunto.
As principais companhias e entidades empresariais brasileiras também estão enviando representantes. A expectativa é que o total de participantes do setor privado em Cancún seja maior do que o da reunião de Copenhague.
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