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As Nações Unidas podem divulgar nesta segunda-feira os resultados do relatório elaborado por seus especialistas que avaliaram o possível uso de armas químicas na periferia de Damasco no dia 21 de agosto.

Fontes diplomáticas que preferiram manter anonimato anteciparam que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pode apresentar os resultados ao Conselho de Segurança pela manhã. O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, também disse acreditar que a apresentação dos resultados ao Conselho será amanhã.

Embora a ONU não tenha informado uma data precisa, a organização afirma que Ban está em contato "permanente" com o chefe dos inspetores que estiveram na Síria, o sueco Ake Sellström.

O relatório sobre a Síria se limitará a certificar - a partir da análise de amostras "biomédicas" e "ambientais" coletadas no terreno -, se ocorreu uso de armas químicas na região de Quta Oriental (periferia de Damasco) no dia 21 de agosto.

No entanto, o documento não indicará quem pode ser o suposto responsável pelo ataque, já que não tem poder para isso.

Ban surpreendeu na sexta-feira passada ao dizer, em um ato na sede da ONU fechado para a imprensa e transmitido pelo sistema interno de televisão, que o relatório será "arrasador" na conclusão do uso das armas, embora ele não pudesse afirmar nada publicamente até que o recebesse. O secretário-geral também ressaltou que o regime de Bashar al Assad cometeu "muitos crimes contra a humanidade", e mostrou-se "convencido" quanto à necessidade da abertura "um processo para que os responsáveis sejam levados perante a justiça", após o desfecho do conflito.

A apresentação do relatório ocorrerá após o fechamento de um acordo entre os responsáveis das Relações Exteriores dos Estados Unidos e Rússia, John Kerry e Sergei Lavrov, respectivamente, realizado em Genebra na última sexta-feira. O tratado estabelece que o arsenal químico sírio ficará sob o controle da comunidade internacional para que, depois, possa ser desmantelado. Esse acordo afasta, por enquanto, a possibilidade de uma intervenção militar internacional contra o regime sírio liderada pelos Estados Unidos.

Mesmo assim, os EUA, assim como seus aliados no Conselho de Segurança - Reino Unido e França - ainda defendem o uso da força como uma opção caso Assad descumpra o acordo, uma medida que Rússia e China rejeitam totalmente.

A ameaça do uso da força contra a Síria "é real" caso o acordo não seja cumprido, advertiu Kerry neste domingo durante uma visita a Israel.

A Síria fez uma solicitação à ONU nos últimos dias para passar a integrar a convenção Internacional para a Proibição das Armas Químicas, e Ban anunciou ontem que já recebeu os documentos necessários do país.

"De acordo com a Convenção, qualquer Estado poderá aderir a ela a qualquer momento. A Convenção entrará em vigor para a Síria no 30º dia após a data de depósito de seu instrumento de adesão, ou seja, no dia 14 de outubro de 2013", explicou um comunicado do porta-voz das Nações Unidas.

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