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Com crises que vão do Estado Islâmico ao Ebola competindo por atenção, a Organização das Nações Unidas (ONU) vai se concentrar nesta terça-feira (23) nas mudanças climáticas, dando a líderes de 125 países uma plataforma para explicar como planejam tratar do assunto.

Uma grande manifestação pedindo ação internacional sobre mudanças climáticas levou cerca de 400 mil pessoas para as ruas de Nova York no domingo e deu o tom inicial da cúpula, liderada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O setor privado ajudou a aumentar a notoriedade do evento, com presidentes-executivos como Tim Cook, da Apple, e Peter Agnefjall, da Ikea, anunciando diversas medidas voluntárias para reduzir suas emissões de carbono.

Entre os mais antecipados discursos de terça-feira está o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cuja administração tem tentado transformar a posição dos EUA em mudanças climáticas em um legado.

A Casa Branca anunciou nesta terça-feira que Obama emitirá uma ordem executiva para exigir que agências federais garantam que seus programas internacionais de investimento e desenvolvimento sejam elaborados de modo a ajudar comunidades a se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, deu pistas na segunda-feira sobre o que mais Obama deve ressaltar quando discursar.

"Nos últimos cinco anos, os EUA fizeram mais para reduzir a ameaça de mudanças climáticas internamente e com a ajuda de nossos parceiros internacionais do que em todos os 20 anos antes disso", disse ele.

Kerry acrescentou que os EUA estavam no caminho certo para cumprir seu compromisso internacional de cortar até 2020 emissões de gases do efeito estufa em 17 por cento abaixo dos níveis de 2005, por causa das políticas implementadas por Obama.

Líderes que estarão ausentes na cúpula de terça-feira incluem o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que representam, respectivamente, o primeiro e o quarto maiores emissores de gases-estufa.

A cúpula deve aumentar a força política para um processo da ONU para negociar um acordo de mudanças climáticas em Paris até o fim de 2015.

Ao realizar a reunião de mais alto nível quase 16 meses antes do prazo final de Paris, Ban garantiu que as mudanças climáticas estarão à frente da agenda de todos os líderes, disse a comissária de mudanças climáticas da UE, Connie Hedegaard, à Reuters em entrevista.

"Com o alcance que precisamos ter nesta área, é crucial que todos os ministérios de Relações Exteriores estejam adotando isso", disse ela.

Ban disse haver maior "ansiedade" acerca da questão do que em outras reuniões em Nova York, como em 2007 e 2009.

Na segunda-feira, ele resumiu o risco de países fracassarem em chegar a algum acordo. "Se não pudermos nadar juntos, vamos todos afundar."

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