Material utilizado por um dos detidos na Austrália para compartilhar as imagens| Foto: Reprodução/Facebook/Australian Federal Police
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Uma operação conjunta envolvendo autoridades dos Estados Unidos e da Austrália resultou em um total de 98 pessoas presas por envolvimento em casos de abuso sexual infantil. A operação resgatou ainda 13 crianças que estavam em situação de vulnerabilidade e perigo.

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Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (8), o Federal Bureau of Investigation (FBI) e a Polícia Federal Australiana (AFP, sigla em inglês) revelaram os detalhes da operação. Nos Estados Unidos, já ocorreram 79 prisões, 65 acusações e 43 condenações em decorrência da ação colaborativa. Na Austrália, 19 homens já foram presos.

As detenções ocorrem dois anos depois do assassinato de dois agentes do FBI que estavam iniciando a investigação de uma rede internacional de pedofilia. Os agentes Daniel Alfin e Laura Schwartzenberger perderam a vida em um tiroteio durante a execução de um mandado de busca e apreensão em 2021.

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Eles estavam na casa de um programador suspeito de possuir material contendo fotos e vídeos de abuso sexual infantil quando teve início um tiroteio, no qual os dois agentes foram fatalmente atingidos. Três outros agentes ficaram feridos e o suspeito responsável pelo tiroteio foi morto.

A rede internacional de pedofilia que estava sendo investigada pelos agentes foi o alvo dessa operação. Ela foi caracterizada como uma "rede peer to peer" de longa data, com alguns indivíduos envolvidos nos crimes por mais de uma década, de acordo com a comandante da Polícia Federal Australiana, Helen Schneider. Ela destacou que algumas das crianças eram próximas dos agressores presos, mas não forneceu mais detalhes sobre o assunto.

A investigação australiana teve início efetivo em 2022, quando o FBI começou a compartilhar informações sobre membros australianos da rede peer-to-peer que supostamente estavam compartilhando material de abuso infantil na dark web. A complexidade e o anonimato dessas plataformas online evidenciaram a necessidade de uma cooperação internacional entre os dois países para enfrentar a ameaça.

A rede operava de maneira sofisticada, usando software para compartilhar arquivos anonimamente, além de interações em fóruns de mensagens e acesso a sites dentro da própria rede. Essa abordagem envolvia o uso de criptografia e outras técnicas para evitar a detecção pelas autoridades.

Além das prisões e acusações, a operação conjunta resultou em mais de 200 pistas internacionais que estão sendo compartilhadas com países parceiros e na abertura de mais de 300 investigações em todo o mundo. As autoridades alertaram que mais prisões podem ocorrer à medida que a investigação avança.

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O trágico assassinato dos agentes Alfin e Schwartzenberger em 2021 marcou um momento sombrio para o FBI, sendo a primeira vez desde 2008 que agentes da polícia federal americana foram mortos a tiros em serviço. Os agentes eram reconhecidos por seu trabalho exemplar no combate ao abuso sexual infantil e por educar a população sobre os perigos dos crimes sexuais.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]