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Cerca de cem reformistas iranianos detidos começaram a ser julgados no último sábado pelos protestos realizados após a eleição presidencial de 12 de  junho |
Cerca de cem reformistas iranianos detidos começaram a ser julgados no último sábado pelos protestos realizados após a eleição presidencial de 12 de junho| Foto:

Detenção

Suíça busca informações sobre turistas dos EUA

Folhapress

Berna - O Ministério de Relações Exteriores da Suíça afirmou ontem que a embaixada do país em Teerã está tentando obter informações sobre o que aconteceu com turistas americanos detidos pelo Irã.

Segundo a porta-voz Nadine Olivieri, os suíços estão mantendo contatos com o Ministério de Relações Exteriores iraniano. A emissora de tevê estatal do país informou que guardas detiveram três turistas dos Estados Unidos na última sexta-feira que teriam supostamente cruzado a fronteira entre Iraque e Irã e entrado em território iraniano.

Segundo um funcionário do governo do Curdistão iraquiano, Bechro Ahmad, eles haviam escalado uma colina que leva à fronteira com o Irã apesar das advertências da polícia turística. "(Eles) passaram sua primeira noite em Erbil e se deslocaram na quarta-feira para Sulaimaniya, onde se hospedaram no hotel Miwan", acrescentou.

"Na quinta-feira, três deles foram à zona turística de Ahmad Awa (95 km a nordeste de Sulaimaniya), e a polícia turística da região pediu a eles que não subissem a montanha, porque a fronteira iraniana estava perto demais", destacou Ahmad.

"Apesar das advertências, eles subiram a montanha, e depois ligaram para seu amigo, que havia ficado em Sulaimaniya, para informá-lo que haviam sido presos por iranianos na fronteira. Em seguida, Shaun Maxwell alertou a embaixada americana em Bagdá."

Teerã - O líder da oposição no Irã e candidato derrotado, Mir Hossein Mousavi, denunciou ontem que as confissões feitas pelos reformistas iranianos processados foram obtidas por meio de "torturas medievais". O ex-presidente do Irã, Mohammad Khatami, também afirmou que o julgamento de cem pessoas envolvidas em manifestações contra o resultado da eleição presidencial do país, ocorrida em 12 de junho, é uma farsa que pode deteriorar a confiança nas decisões tomadas pelos governos islâmicos. A primeira sessão do julgamento ocorreu no sábado.

Khatami, que conduziu o país entre os anos de 1997 e 2005, criticou o tribunal por não permitir que os advogados de defesa tivessem acesso à sala de audiência nem aos arquivos do caso. "Até onde eu sei, o que aconteceu no julgamento foi contrário à constituição e à lei, assim como aos direitos dos ci­­dadãos", disse.

Em artigo publicado em seu site, Mousavi diz que o julgamento é uma fraude. "Como se pode esperar que um julgamento fraudulento esclareça as fraudes cometidas nas passadas eleições?", pergunta Mousavi. Ele havia pedido a anulação do pleito que apontou como vencedor o presidente ultraconservador Mah­­moud Ahmadinejad.

Na primeira sessão do julgamento, no sábado, os detidos fo­­ram acusados de ter tentado – sem sucesso – realizar um golpe de Estado de "veludo" contra a República Islâmica. Os protestos contra o resultado da eleição presidencial, reprimidos pelo polícia iraniana, causaram a morte de 20 pessoas, dezenas de feridos e centenas de prisões.

De acordo com a lei islâmica do Irã, agir contra a segurança nacional, acusação normalmente feita a dissidentes no Irã, pode ser punida com a pena de morte.

Em seu artigo, Mousavi pergunta: "Como vão convencer o povo com acusações apoiadas em relatórios que ninguém co­­nhece e confissões que cheiram a torturas medievais?".

Denúncia

Ontem, deputados iranianos apresentaram uma denúncia ju­­dicial contra o líder opositor Mir Hossein Mousavi pela violência desencadeada no país após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. "Essa demanda foi apresentada há algumas se­­manas pelas ações extremistas do desafortunado candidato do movimento reformista Mousavi. Queremos que a Justiça a examine", indicou o deputado conservador Mohammad Taghi Rahbar, membro da comissão judicial do Parlamento iraniano, à agência de notícias semioficial Fars.

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