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Manifestante exige a saída imediata do primeiro-ministro em manifestação na cidade de Malaga, sul da Espanha | Jon Nazca/Reuters
Manifestante exige a saída imediata do primeiro-ministro em manifestação na cidade de Malaga, sul da Espanha| Foto: Jon Nazca/Reuters

O líder da oposição socialista espanhola, Alfredo Pérez Rubalcaba, pediu ontem a renúncia do primeiro-ministro conservador espanhol, Mariano Rajoy, cujo nome foi citado em um escândalo de corrupção.

Rubalcaba pediu a Rajoy "que abandone a presidência do governo e que dê passagem a outro presidente". Ele disse ainda que Rajoy "não pode fazer frente aos problemas gravíssimos que tem pela frente".

O líder do principal partido da oposição, no entanto, não pediu expressamente a convocação de eleições antecipadas.

"A moção de censura ou as eleições antecipadas são possibilidades que estão aí, ao alcance da maioria parlamentar ou da oposição, mas acreditamos que agora o que procede é uma mudança na presidência do governo", insistiu Rubalcaba.

No sábado, Rajoy negou diante da direção do Partido Popular (PP) ter recebido dinheiro ilícito, desmentindo as informações do jornal El País, que citou o nome do chefe de governo como um dos supostos beneficiários de pagamentos ocultos.

"Nunca, repito, nunca recebi nem distribuí dinheiro ilícito, nem neste partido nem em outro lugar", afirmou Rajoy.

O primeiro-ministro espanhol disse que não renunciará e que divulgará sua declaração de renda e seu patrimônio.

"O problema de fundo é que o presidente do governo não pode fazer frente à situação gravíssima que a Espanha atravessa. Sua presença na presidência do governo é um lastro para nosso país", afirmou Rubalcaba.

Sacrifícios

Nos papéis obtidos pelo El País, figuram numerosas doações de empresas da construção civil, entre elas três envolvidas no chamado caso Gürtel, em fase de tramitação judicial. O novo escândalo abala ainda mais a credibilidade de Rajoy, 57, cujo governo enfrenta uma forte recessão e um dos maiores índices de desemprego da União Europeia.

Rajoy – tido amplamente pela população como um político tedioso, mas honesto – pediu aos espanhóis, em discursos recentes, que se preparassem para um período difícil em apoio à política de austeridade fiscal usada pela Europa para sair da crise.

Os documentos do El País teriam sido mantidos por dois ex-tesoureiros do PP, Álvaro Lapuerta e Luis Bárcenas. Este último renunciou ao cargo após juízes terem iniciado investigações sobre seu possível envolvimento em pagamentos ilegais para membros do partido vindos de empreiteiras e outras empresas que adquiriram contratos com o governo espanhol. A investigação revelou que Bárcenas possui uma conta bancária na Suíça que chegava a 22 milhões. Seu advogado alegou que a quantia foi obtida por meios legítimos.

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