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O Conselho Nacional Sírio (CNS) , braço político da oposição, fez um apelo aos "Amigos da Síria" nesta sexta-feira (24) para que armassem o Exército Sírio Livre e apoiassem toda forma de resistência contra o presidente Bashar al-Assad. "Se o regime não aceitar os termos da iniciativa política esboçada pela Liga Árabe e não puser fim à violência contra seus cidadãos, os Amigos da Síria não restringirão países individuais de ajudarem a oposição síria com assessores militares, treinamento e fornecimento de armas para se defenderem", disse o CNS em um comunicado com sete exigências para o encontro internacional em Túnis.

As potências árabes e ocidentais estão divididas sobre se devem armar os rebeldes da Síria, com algumas autoridades temendo que tal medida apenas piore a violência e afete os países vizinhos, com governos diferentes apoiando grupos diferentes da oposição a Assad. Embora o Exército Sírio Livre, formado em sua maioria por desertores do Exército oficial da Síria, tenha sido capaz de contrabandear armas e de comprá-las no mercado negro, os representantes da oposição síria que participam do encontro de mais de 50 nações disseram que até agora não havia um apoio militar estrangeiro formal para a oposição. O vice-presidente da Liga Árabe, Ahmed Bem Helli, disse à Reuters na véspera do encontro na quinta-feira (23) que armar a oposição poderia levar à guerra civil. "Acho que isso vai complicar ainda mais as questões. Militarizar a oposição e os protestos vai criar uma situação complicada que poderia levar à guerra civil e isso não é o desejado", disse ele em Túnis. Uma autoridade árabe disse à Reuters na sexta-feira que não esperava nenhuma medida para armar a oposição síria, dadas as divisões dentro do movimento. O apoio para a oposição síria provavelmente será financeiro, técnico e humanitário, disse. A questão sobre armar a oposição síria veio à tona nos últimos dias, depois que os Estados Unidos aparentemente sugeriram que não se oporiam ao armamento de rebeldes se todos os canais diplomáticos falhassem. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, sugeriu na quinta-feira que a oposição da Síria terminaria se armando por conta própria.

Mas mesmo dentro do CNS há temores sobre o que a militarização de um levante de quase um ano significaria para um país no centro do Oriente Médio e parte de alguns de seus conflitos mais espinhosos. "A militarização começou na Síria e estamos preocupados com a questão", disse a autoridade do CNS Abdel Baset Sieda na véspera da reunião. "Se os sírios perderem a esperança na ONU e na Liga Árabe, essa é uma questão grave, e se ela arrastar a Síria para a guerra civil, vai engolir os vizinhos".

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