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Vista do centro de Havana, Cuba
Vista do centro de Havana, Cuba| Foto: Yander Zamora/EFE/Gazeta do Povo

A União Europeia (UE) negou nesta sexta-feira ter financiado a Universidade Central de Las Villas, instituição cubana que gerou polêmica pela expulsão de estudantes considerados subversivos pelo governo de Havana, denunciada pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH).

"Não é verdade que a UE financia essa universidade. A UE apoia projetos educacionais específicos em todo o mundo como parte de seus programas de cooperação", disse o porta-voz da comunidade Peter Stano à Agência Efe.

Em comunicado, o OCDH afirmou nesta semana que a UE financiou, em 2019, 3 milhões de euros à Universidade Central de Las Villas, "a mais repressiva de Cuba", e argumentou que isto estava registrado em documentos oficiais do bloco comunitário.

O OCDH destacou que este centro acadêmico já expulsou pelo menos 15 alunos e um professor nos últimos anos por motivos políticos.

Assim, a jornalista Karla Pérez, de 22 anos, foi expulsa em 2017 da Universidade de Las Villas por pertencer a um grupo de oposição e continuou estudando jornalismo na Costa Rica graças a uma bolsa de estudos.

Em março, Cuba impediu a entrada de Karla no país com o argumento de que ela estava voltando com "fins subversivos", segundo o próprio Ministério das Relações Exteriores cubano, após o caso ter gerado uma forte repercussão na mídia e protestos de organismos internacionais. Diante disso, o porta-voz da UE deixou claro que o bloco não concede fundos para essa universidade.

O que diz a UE

Ele explicou que, no caso de Cuba, "existe um programa específico sobre fontes renováveis e eficiência energética com o objetivo de fazer avançar a pesquisa aplicada no campo das energias renováveis por meio de um consórcio de universidades cubanas, liderado em Cuba pela UCLV e vinculado a instituições acadêmicas da UE".

Stano, porta-voz do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou que os fundos são "canalizados e geridos pela Universidade Livre de Bruxelas (VUB), um centro belga dependente da comunidade flamenca.

Ele também garantiu que a UE está "acompanhando a implementação deste projeto com diálogos detalhados e monitorando o progresso".

Na última terça, Borrell participou no Parlamento Europeu de um debate sobre a situação em Cuba, no qual, respondendo aos eurodeputados, garantiu que o dinheiro da cooperação europeia não financia organizações do regime cubano.

"Damos 8,4 milhões de euros a organizações civis. Desses, 7,6 milhões são administrados por organizações da sociedade civil da UE, que por definição não fazem parte do governo cubano", disse o chefe da diplomacia comunitária.

Acrescentou que outros 800 mil euros são administrados por organizações da sociedade civil cubana "cuidadosamente selecionadas" pela delegação da UE em Havana com as condições em que atendam ao interesse geral ou tenham um papel mediador entre as autoridades e o público.

Ontem, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução promovida pelo conservador Partido Popular Europeu, pelos liberais e pelos eurodeputados de extrema-direita na qual apelam à libertação dos presos políticos em Cuba e lamentam que a ilha não tenha registado "progressos" após mais de três anos de implementação do acordo de associação política e cooperação com a UE.

Por outro lado, no referido debate parlamentar, Borrell defendeu-o, considerando que tem proporcionado um "quadro estável para um diálogo político regular que não existia antes" e que lhes permite cooperar e "apoiar o processo de modernização e reformas em Cuba".

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