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Faduma Abdirahman, 50, na frente de sua casa na aldeia de Rebey, na Somália. Ela estava cuidando dos seis netos, que morreram de sarampo e de cólera | Andrew Renneisen/For The Washington Post
Faduma Abdirahman, 50, na frente de sua casa na aldeia de Rebey, na Somália. Ela estava cuidando dos seis netos, que morreram de sarampo e de cólera| Foto: Andrew Renneisen/For The Washington Post

Uma das principais ameaças à democracia é a corrupção. E, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), ela tende a se espalhar onde o estado de direito é fraco e a sociedade civil não é organizada. E se há conflitos ou guerras civis, ela tende a se espalhar. É o caso dos sete países que lideram o índice de percepção da corrupção, realizado anualmente pela ONG Transparência Internacional. 

E apesar de o Brasil não estar em guerra civil ou conflitos internos, o país está em uma péssima posição em relação à percepção sobre a corrupção: 96° entre 180 países. Em 2013, era o 72°. 

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1) Somália 

Combater a corrupção é uma tarefa hercúlea para países como a Somália, considerado o país mais corrupto do mundo pela Transparência Internacional. O país é, praticamente, uma terra de ninguém: o território é dividido entre um governo reconhecido internacionalmente, uma área controlada pela milícia islâmica Shabaab, um governo semiautônomo na Puntlândia (noroeste do país) e um governo separatista na Somalilandia (norte do país). As eleições são limitadas e dominadas pela corrupção. “A corrupção é desenfreada na Somália, inclusive no setor de segurança e as agências estatais encarregadas de combatê-la não funcionam efetivamente. A impunidade é a norma para os funcionários públicos acusados de malversação”, destaca a Freedom House. 

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2) Sudão do Sul 

Outro país em que o combate à corrupção exige muito esforço, segundo a Transparência Internacional, é o Sudão do Sul, o mais novo país do mundo. A corrupção no país, que está em guerra civil desde 2013, é desenfreada. De acordo com a Freedom House, a corrupção é generalizada entre líderes políticos e militares. “Os recursos do estado, incluindo as receitas do petróleo dos quais depende a economia do Sudão do Sul estão concentradas nas mãos de uma elite associada ao presidente Salva Kiir. Comandantes militares tem ganho uma enorme riqueza por meio de acordos de compra corruptos”.

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3) Síria 

Síria é um país que sofre com fracas instituições públicas, conflitos internos e profunda instabilidade. “Tais situações permitem que a corrupção se torne abundante, com pouca ou nenhuma verificação do abuso oficial. Em meio à violência em curso, bem como às guerras e conflitos internos, todas as formas de boa governança foram corroídas”, enfatiza a ONG Transparência Internacional. Em meio à guerra civil, a corrupção é grande nas áreas dominadas pelo governo, destaca a ONG Freedom House: “A guerra civil criou novas oportunidades de corrupção entre o governo, as forças armadas leais e o setor privado.” E mesmo nas áreas dominadas pelos rebeldes, a corrupção é dominante, com comandantes militares envolvidos em saques, extorsão e roubo. 

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4) Afeganistão 

O Afeganistão é o quarto país mais corrupto do mundo, mas a ONG Transparência Internacional vê que a nação vem realizando alguns esforços em nível nacional, como, por exemplo, melhor regulação nas atividades de compras públicas. Direitos políticos e liberdades civis são limitadas pela corrupção, ressalta a Freedom House. Apesar de prisões periódicas e de processos judiciais contra militares e civis envolvidos em corrupção e o estabelecimento de um centro de combate, ela permanece um problema endêmico. Órgãos responsáveis pela aplicação da lei e o judiciário estão comprometidos com subornos e pressões políticas e os mais poderosos funcionários e políticos gozam efetivamente de impunidade. 

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5) Iêmen 

A situação do Iêmen é caótica. O país se encontra em uma guerra civil, com interferência de forças externas. E, assim como a Síria, tem fracas instituições públicas. Uma rede de corrupção e favorecimento estabelecida pelo ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que ficou 32 anos no poder, permanece entrincheirada no serviço público. Há, segundo a ONG Freedom House, mecanismos formais de combate à corrupção. Mas eles são ineficientes. Os direitos de propriedade e as atividades empresariais, já prejudicadas pela guerra civil, são afetadas pela corrupção sem controle. 

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6) Sudão 

Omar al Bashir é o sexto ditador há mais tempo no poder no mundo. Ele governa o país com mão de ferro desde 1989. A Freedom House avalia que o problema da corrupção é crescente entre a elite próxima a Bashir e as forças de segurança. Esforços para controlar o problema tem se mostrado insuficientes. As instituições de segurança, que são inchadas, recebem 78% do orçamento nacional. E os reflexos dessa corrupção desenfreada se revelam na crise econômica pela qual passa o país, agravando as dificuldades enfrentadas por seus moradores. A previsão do FMI é que o PIB do país encolha nos próximos cinco anos. 

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7) Líbia 

Características em comum unem a Líbia a outros países deste ranking: instituições fracas, conflitos internos e profunda instabilidade. Segundo a Freedom House, há corrupção tanto no setor público quanto no privado. Uma esperança se abriu com a queda do ditador Muamar Gadaffi (1969-2011), mas interesses vinculados à indústria petrolífera, governos estrangeiros, sindicatos do crime e grupos armados tem influência indevida. “Oportunidades de corrupção e atividades criminosas abundam na ausência de instituições judiciais e comerciais”, destaca a entidade.

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