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Rebeldes fogem de bombardeio das forças de Kadafi nas proximidades do terminal petroleiro de Brega, no leste da Líbia | Alex Dziadosz/Reuters
Rebeldes fogem de bombardeio das forças de Kadafi nas proximidades do terminal petroleiro de Brega, no leste da Líbia| Foto: Alex Dziadosz/Reuters

Vaticano

Bispo denuncia morte de 40 civis pela coalizão

O mais alto representante do Vaticano na Líbia acusa a coalizão internacional de matar pelo menos 40 civis em ataques aéreos contra alvos do regime na capital líbia, Trípoli.

"Os bombardeios deveriam proteger civis, mas estão matando dezenas deles’’, afirmou o bispo Giovanni Innocenzo Martinelli. "No bairro de Tajoura, cerca de 40 civis morreram, e a casa de uma família ruiu’’, relatou. Em Tajoura fica uma das residências oficiais do ditador Muamar Kadafi atacadas pelas forças aliadas. A denúncia do bispo, com base no que ele qualificou como "fontes confiáveis’’ em contato com residentes na cidade, é o primeiro relato concreto de mortes civis decorrentes dos ataques aéreos iniciados no último dia 19.

A Otan prometeu investigar a denúncia, mas garantiu não haver quaisquer indícios sobre mortes de civis. Ao mesmo tempo, o Reino Unido estimou hoje em "aproximadamente’’ mil o número de mortos em confrontos entre forças pró e contrárias a Kadafi.

Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu o comando de todas as operações na Líbia às 3 h (de Brasília) de ontem. Desde 19 de março, o controle das ações estava com uma coalizão internacional liderada por EUA, França e Grã-Bretanha.

Navios da Otan garantem o embargo de armas na costa líbia. O espaço aéreo também é fiscalizado, para evitar que aeronaves do regime de Muamar Kadafi voem e possam atacar civis. A zona de exclusão aérea foi imposta por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

A Otan concordou em am­­pliar sua missão, atacando forças que ameaçam os civis, após superar os temores da Turquia, único membro árabe da aliança, sobre os ataques aéreos e o desejo da França de seguir no comando dos ataques.

Apesar de aceitar a ampliação dos ataques em território líbio, o secretário-geral da aliança ocidental, Anders Fogh Rasmussen, descartou categoricamente a possibilidade de armar os rebeldes.

Rasmussen disse que Otan está na Líbia para "proteger os civis, e não para armá-los", conforme prevê a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Vamos nos concentrar na aplicação do embargo de armas [ditada pela resolução], uma decisão que afeta todas as partes en­­volvidas no conflito", afirmou o secretário-geral da Otan.

Estados Unidos e Reino Unido têm sugerido nos últimos dias a possibilidade de armar os grupos rebeldes da Líbia depois de verificar que eles são incapazes de apresentar avanços militares contra Kadafi, apesar da ajuda internacional.

Ontem, as forças do governo e os rebeldes se enfrentaram nos ar­redores do terminal petroleiro de Brega (leste). Não era possível saber quem controlava o terminal.

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