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Após vencer os soldados leais a Kadafi em Ajdabiyah, forças opositoras tomaram as cidades de Brega, Ras Lanuf e Ben Jawad neste fim de semana e agora rumam ao oeste | Patrick Baz/AFP
Após vencer os soldados leais a Kadafi em Ajdabiyah, forças opositoras tomaram as cidades de Brega, Ras Lanuf e Ben Jawad neste fim de semana e agora rumam ao oeste| Foto: Patrick Baz/AFP

Após oito dias das operações da coalizão internacional na Líbia, o secretário-geral da Otan (Orga­­nização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, declarou que os EUA já repassaram à aliança o controle total da missão que implementa a Re­­solução 1973, aprovada pelas Nações Unidas. Enquanto isso, aeronaves das potências intensificaram bombardeios à capital Trípoli e à Sirte, cidade natal do ditador Muamar Kadafi.

Em reunião de cúpula em Bruxelas, sede da aliança militar, os 28 países membros da Otan fecharam um acordo para implementar todos os aspectos da Resolução 1973, aprovada pelas Na­­ções Unidas.

"Os aliados da Otan decidiram assumir a operação militar na Líbia por completo, sob a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nosso objetivo é proteger os civis e as áreas populadas por civis sob ameaça do regime de Kadafi. A Otan implementará todos os aspectos da resolução da ONU. Nada mais, nada menos", disse Rasmussen.

A decisão já havia sido antecipada nesta semana pelo chanceler da Turquia, Ahmet Davutoglu, após teleconferências com seus colegas dos EUA, França e Reino Unido.

Ataques

Ao mesmo tempo em que a Otan selou o controle das operações, a coalizão internacional intensificou os ataques sobre a capital Trípoli, e passou a bombardear também a cidade natal do ditador Muamar Kadafi, Sirte, para onde os rebeldes avançam por terra e onde pretendem chegar nas próximas horas, informou a emissora Al Jazeera.

Após reconquistarem mais duas cidades no leste do país, Ras Lanuf e Ben Jawad, os opositores marcham agora rumo ao oeste.

A previsão é de que eles avancem sobre Sirte nas próximas 24 horas, disse o porta-voz dos revolucionários, Muhamad Mer­­girby. "Os rebeldes tomaram Ben Jawad e ficaram ali, não con­­tinuaram", explicou, adiantando que as tropas da oposição devem aguardar para seguir a marcha. Após vencer os soldados leais a Kadafi em Ajdabiyah, 160 quilômetros ao sudoeste de Benghazi (capital dos rebeldes), as forças opositoras tomaram Brega (no sábado) e Ras Lanuf e Ben Jawad neste domingo. Em seu caminho rumo ao oeste, eles percorreram em seu avanço desde Benghazi cerca de 441 quilômetros em apenas 48 horas.

O porta-voz dos rebeldes calculou que o regime conta com cerca de 10 mil soldados, en­­quanto os rebeldes teriam ao menos o dobro, 20 mil. "O problema é que eles estão mais bem equipados com tanques e armas, e os rebeldes só têm armas simples", disse.

Mergirby explicou ainda que daqui até amanhã os rebeldes recuperarão as forças e se abastecerão em Ben Jawad até lançar a ofensiva contra Sirte. "Agora pararam porque é perigoso, e não se movimentarão até que as forças da coalizão internacional bombardeiem primeiro as posições de Kadafi em Sirte", explicou o representante rebelde.

Solução diplomática

Também hoje o ministro de Ex­­teriores italiano, Franco Frattini, anunciou a possibilidade de que a Itália e a Alemanha proponham um plano conjunto para uma solução diplomática da crise líbia numa cúpula em Lon­­dres, com seus colegas dos países da coalizão.

"Temos um plano e veremos se poderá se traduzir em uma proposta ítalo-alemã", disse Frattini em entrevista publicada pelo jornal La Repubblica, na qual acrescentou que essa proposta poderia se traduzir em "um documento conjunto" para ser apresentado nesta terça-feira, em Londres.

Segundo Frattini, o primeiro ponto do plano seria o cessar-fogo, que deverá ser verificado e controlado pelas Nações Unidas, assim como o estabelecimento de um corredor humanitário permanente, no qual, disse, "já estamos trabalhando com o governo turco".

Em relação ao plano político-diplomático, Frattini destacou que sua proposta se baseia em conseguir "um forte compromisso da União Africana e da Liga Árabe", assim como o "envolvimento dos grupos tribais" líbios, com o objetivo de elaborar uma Constituição para esse país.

Sobre o possível papel de Kadafi, Frattini destacou que depois que toda a Europa e as Nações Unidas tenham repetido que o líder líbio "não é um interlocutor aceitável, não se pode pensar em uma solução que considere sua permanência no poder".

"Outra coisa é pensar em um exílio de Kadafi, a União Africana já se encarregou de encontrar uma solução", disse o ministro italiano.

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