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Rebelde líbio participa de patrula de reconhecimento perto de Zlitan, a 35 quilômetros de Misurata | Zohra Bensemra/Reuters
Rebelde líbio participa de patrula de reconhecimento perto de Zlitan, a 35 quilômetros de Misurata| Foto: Zohra Bensemra/Reuters

Trípoli - A Otan realizou, na madrugada de ontem, um dos ataques mais violentos contra Trípoli desde o começo da intervenção na Líbia, logo após a França disponibilizar helicópteros de combate contra as forças de Muamar Kadafi.

O governo britânico disse que não havia tomado nenhuma decisão sobre o envio de helicópteros de combate à Líbia, ao contrário do que anunciou na segunda-feira, em Bruxelas, o ministro de Defesa francês, Gerard Longuet.

Mais de 15 grandes explosões sacudiram o centro de Trípoli e, segundo o governo líbio, causaram a morte de três pessoas e fe­­riram outros 150. Os ataques, que duraram mais de meia hora, foram os mais violentos desde o início da intervenção na Líbia, no dia 19 de março.

"Deixaram três mortos e 150 feridos", afirmou o porta-voz do governo líbio Musa Ibrahim. A maioria das vítimas são civis que moravam perto do quartel, acrescentou. O ataque da Otan teve como alvo um quartel da guarda popular, unidades voluntárias de apoio ao Exército, próximo da residência de Kadafi, disse.

Por sua vez, a Otan disse ter atacado um depósito de veículos militares. No necrotério do hospital, um jornalista viu três corpos de homens jovens com graves ferimentos na cabeça. Segundo testemunhas, trata-se de dois irmãos e um primo que moravam na Avenida Essug, próximo do quartel atacado.

"Eles saíram depois dos primeiros ataques para ver o que estava acontecendo, mas foram gravemente feridos pelos bombardeios seguintes", disse um vizinho das vítimas. "Em Trí­­poli, nossas casas são próximas dos quartéis. Podem imaginar o terror e o de nossas famílias ca­­da vez que tem bombardeios?", disse Fathalá Salem, um morador de Essug.

Eram 15h30 (10h30 no horário de Brasília) quando três explosões foram ouvidas em um subúrbio da capital, de acordo com moradores do lugar. Fumaça e poeira subiram no céu, mas as testemunhas não sabem exatamente onde ocorreram as explosões.

A Otan intensificou os ataques poucas horas depois do anúncio da França de que iria enviar helicópteros para atacar os alvos terrestres com maior precisão.

"Não se trata de uma mudança de estratégia. Trata-se de continuar enfraquecendo as forças militares de Kadafi", afirmou o chanceler francês, Alain Juppé.

A Grã-Bretanha afirmou que ainda não tomou a decisão a respeito do assunto. "Os franceses tomaram efetivamente a decisão de enviar helicópteros para o combate na Líbia", disse o vi­­ce-ministro das Forças Ar­­ma­­das, Nick Harvey. "Afirmo mais uma vez para evitar qualquer dúvida: ainda não tomamos ne­­nhuma decisão quanto a isso no Reino Unido. É uma opção que estamos considerando", afirmou o vice-ministro.

No plano diplomático, a rebelião emplacou outro novo sucesso com o anúncio de que os Estados Unidos convidaram o Conselho Nacional de Transição (CNT) para abrir uma representação diplomática em Washington e seu reconhecimento da Jordânia.

O chanceler da Jordânia, Nas­­ser Jawdeh, afirmou que o país considera a CNT um "representante legítimo" do povo líbio e "em breve nomeará um enviado permanente em Benghazi".

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