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Crianças esperam por comida no Haiti. Mortes por desnutrição tiveram redução | Bem Depp / The New York Times
Crianças esperam por comida no Haiti. Mortes por desnutrição tiveram redução| Foto: Bem Depp / The New York Times

Desenvolvimento

Ganhos de expectativa de vida nos EUA foram baixos

The New York Times

A expectativa de vida dos países em desenvolvimento avançaram de forma importante, diz o relatório publicado este mês pela revista médica britânica Lancet. Os Estados Unidos, em contrapartida, ficaram estagnados.

Os ganhos no tempo de vida das mulheres norte-americanas de 1990 a 2010 foram os menores entre os países de alto poder aquisitivo. O aumento de quase 2 anos na expectativa de vida das mulheres foi inferior ao do Chipre, onde ela aumentou em 2,3 anos, e ao do Canadá, onde o aumento foi de 2,4 anos. Esse aumento lento fez com que as mulheres americanas caíssem da 22ª posição, em 1990, para a 36ª posição no ranking mundial de expectativa de vida. A expectativa de vida da mulher nos EUA passou de 78,6, em 1990, para 80,5 anos em 2010.

"O progresso pequeno das mulheres nos Estados Unidos é alarmante", afirmou Christopher Murray, diretor do Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde, coordenador do relatório.

As taxas crescentes de obesidade entre as mulheres norte-americanas e o legado do tabagismo, hábito que as mulheres desenvolveram depois dos homens, estão entre os fatores que contribuíram com essa estagnação, afirmou. A expectativa de vida aumentou de 71,7 para 75,9 entre norte-americanos do sexo masculino.

A diminuição acentuada no número de mortes por desnutrição e doenças como sarampo e tuberculose gerou uma mudança nos padrões de mortalidade globais durante os últimos 20 anos. Um relatório recente mostra que uma proporção muito maior da população mundial está se tornando idosa e morrendo de doenças mais associadas a países desenvolvidos, como câncer e doenças cardíacas.

Tal mudança reflete as melhoras nas condições de saneamento, serviços médicos e acesso a alimentos no mundo em desenvolvimento, bem como o sucesso de iniciativas abrangentes em benefício da saúde pública como os programas de vacinação. Os resultados são impressionantes: a mortalidade infantil diminuiu para menos da metade de 1990 a 2010, e a desnutrição, fator número um de risco de morte e diminuição dos anos de vida em 1990, caiu para a oitava posição.

Ao mesmo tempo, doenças recorrentes como o câncer, que em 1990 respondiam por pouco mais da metade das mortes no mundo, hoje são responsáveis por dois terços dessas mortes. Oito milhões de pessoas morreram de câncer em 2010, 38% a mais que em 1990. O diabetes matou 1,3 milhões de pessoas em 2010, o dobro em comparação com 1990.

"O aumento do número de casos dessas ‘doenças de países ricos’, como doenças cardíacas, derrame, câncer e diabetes é uma notícia boa de certa maneira", afirmou Ezekiel Emanuel, presidente do departamento de ética e políticas de saúde da Universidade da Pensilvânia. "O estudo mostra que muitas regiões do mundo venceram em grande parte a luta contra doenças contagiosas que eram uma ameaça predominante e, de um modo geral, as pessoas estão vivendo mais."

O relatório afirma que 33% das mortes ocorridas em todo mundo em 1990 envolveram pessoas com mais de 70 anos e, em 2010, esse número foi de 43%. O relatório contou com a contribuição de especialistas da área de saúde de mais de 300 instituições, as quais forneceram estimativas de doenças e óbitos das populações de mais de 180 países. A publicação ocorreu este mês no periódico médico britânico Lancet.

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