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O pai de Edward Snowden, autor dos vazamentos sobre os programas de vigilância secretos dos Estados Unidos, fez um apelo emocionado a seu filho para não divulgar segredos que possam constituir traição e pediu a ele que volte para casa e enfrente as acusações. Mas em uma coluna no jornal islandês "Frettabladid", o porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, escreveu que um homem de meia-idade o procurou em nome de Snowden, pedindo que informasse ao governo o desejo de se asilar no país.

"Eu espero, eu rezo e peço que você não revele segredos que possam constituir traição", disse Lon Snowden, em sua primeira entrevista à Fox em que discutiu a situação de seu filho. "Eu gostaria de ver Ed voltar para casa e enfrentar isso ... Eu amo meu filho", afirmou.

Lon afirma que se Edward voltasse aos Estados Unidos certamente haveria uma fila de advogados para defendê-lo. O pai fez eco à causa do filho e criticou as medidas do governo de espionagem. "Eu não quero (o governo) lendo os meus e-mails. Oh, meu Deus, vamos ter de sacrificar as nossas liberdades por causa da ameaças do terrorismo...bem, os terroristas já ganharam, porque é nossa liberdade que nos faz americanos", acrescentou.

Apesar do pedido de volta para casa, Lon reconheceu que o futuro de seu filho dependerá de escolhas próprias e que sabe que ele fará o que acha que deve ser feito.

Na entrevista, Lon disse que a última vez que viu Edward foi no início de abril e que parecia "estar carregando um fardo pesado". Ele afirmou que seu filho está sob estresse e pede que não sucumba à pressão para não tomar uma decisão errada. O pai, um ex-oficial da guarda costeira americana, se divorciou de sua mãe, Elizabeth, em 2001.

Intermediário na Islândia

Edward, um ex-funcionário da CIA e da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), informou no início deste mês aos jornais "The Guardian" e "The Washington Post" sobre a existência de dois programas secretos do governo americano de coleta de dados eletrônicos e de internet de milhões de usuários. Ele revelou, ainda, que o governo britânico interceptou conversas de delegações de vários países e de diplomatas durante a reunião do G-20 em Londres, em 2009.

Assim que veio a público se identificar como o autor do vazamento, Snowden mencionou o interesse de buscar asilo na Islândia, destacando a proteção às liberdades individuais no país.

De acordo com Hrafnsson, um homem de meia-idade o procurou em nome de Snowden no último dia 12. "Recebi uma mensagem de Edward Snowden, na qual ele pedia que eu notificasse o governo islandês de que ele queria buscar asilo na Islândia".

O governo islandês confirmou ter recebido a mensagem de Hrafnsson, mas se recusou a dizer se vai conceder asilo a Snowden. "Kristinn Hrafnsson contatou dois ministérios de maneira informal, mas não os ministros. Não houve uma abordagem formal sobre essa questão", disse um porta-voz do governo.

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