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Hong Kong (Folhapress) – Enquanto os ministros dos países integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC) buscam avanço no projeto conjunto de liberalização comercial durante a conferência realizada nesta semana em Hong Kong (China), o número de acordos regionais em vigor cresce rapidamente e já chega a 186, segundo dados da própria OMC. Nunca se registrou tanto interesse por acordos regionais como nos últimos meses.

Entre janeiro de 2004 e fevereiro deste ano, foram notificados 43 acordos na organização. Foi o maior volume de registros para um período de 13 meses desde a criação do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt), em 1947, marco da implementação do sistema multilateral de negociação.

A aproximação dos diferentes grupos de países em desenvolvimento em Hong Kong vem sendo comemorada como um dos poucos avanços, até o momento, da 6.ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio, que teve início anteontem e prossegue até domingo.

"Da mesma maneira que Cancún (onde se realizou a 5.ª reunião ministerial) serviu para o surgimento do G20, e isso mudou a estrutura das negociações, também estamos criando aqui, pela primeira vez, as bases de praticamente todos os países em desenvolvimento", avaliou o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

O Brasil lidera o grupo de países que pede redução de tarifas para a venda de produtos aos mercados norte-americano e europeu, bem como a suspensão dos subsídios agrícolas. No entanto, enfrenta forte oposição da União Européia.

Esse impasse poderia ser considerado normal: apesar dos 186 acordos selados, existem outros 300 ainda em discussão. Porém a OMC foi criada em 1995 justamente para dar abrangência às negociações, uma vez que os acordos bilaterias podem prejudicar outras regiões.

Um estudo dos economistas Jo-Ann Crawford e Roberto V. Fiorentino para a OMC mostra que a maioria dos acordos regionais hoje em vigor é de tratados de livre comércio. Essa predileção por esse tipo de acordo, em detrimento de uniões aduaneiras, por exemplo, é explicada pelo fato de ser mais simples a criação de uma área de livre comércio que de uma união aduaneira.

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