Os países em desenvolvimento deixaram os grupos de trabalho que fazem parte das negociações sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo fontes, irritados que a conferência estava enfraquecendo o suporte ao Protocolo de Kyoto, o principal tratado de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
"Fui informado que eles saíram dos grupos de trabalho", disse um ministro ocidental à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato. "Isso pode ser salvo. Dependerá se as pessoas querem ser construtivas." As discussões oficiais foram suspensas enquanto uma reunião informal tentava resolver o problema.
A informação foi confirmada por um diplomata brasileiro. O movimento foi iniciado pelos países africanos, que tiveram o suporte do grupo G-77 de países em desenvolvimento, disseram as fontes. Os países se recusaram a continuar com as negociações a não ser que as conversas sobre um segundo período de compromisso com o Protocolo de Kyoto tivessem prioridade sobre discussões mais amplas de uma "visão de longo prazo" para uma ação cooperativa sobre as mudanças climáticas.
O Protocolo de Kyoto obriga os países ricos - mas não as nações em desenvolvimento - que o ratificaram a cortar as emissões de carbono. O tratado não inclui os Estados Unidos, que afirmam que o acordo é injusto porque as metas obrigatórias não se aplicam aos gigantes em desenvolvimento que já são grandes emissores de gases poluentes.
"A África puxou o cordão de emergência para evitar uma colisão no final da semana", disse Jeremy Hobbs, diretor-executivo da Oxfam International, ao se referir a um fórum na sexta-feira que deve ter a presença de cerca de 120 chefes de Estado. "Os países pobres querem ver um resultado que garante fortes reduções de emissão, mas os países ricos estão tentando adiar as discussões sobre o único mecanismo que temos para isso - o Protocolo de Kyoto.
O ministro acrescentou que o G-77, pelo mesmo motivo, também estava bloqueando um acordo feito ontem para que os principais problemas nas negociações climáticas sejam resolvidos informalmente no plano ministerial em cinco grupos, cada um presidido em conjunto por um país desenvolvido e um em desenvolvimento.
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