Vários governos europeus pretendem estar representados na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, disse a França na terça-feira, rejeitando o apelo da China aos seus parceiros comerciais para boicotarem o evento.
A China qualificou no mês passado de "obscena" a concessão do Nobel a Liu, um ativista que está cumprindo pena de 11 anos de prisão por ter assinado um manifesto em prol da democracia. A mulher dele e vários outros dissidentes foram colocados sob prisão domiciliar depois disso.
Na semana passada, o vice-chanceler chinês disse a jornalistas que as autoridades europeias terão de "arcar com as consequências" caso compareçam à cerimônia em 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega.
Mas um porta-voz da chancelaria francesa disse que Paris, seguindo a tradição, enviará ao evento um embaixador e que outros países deverão fazer o mesmo. Alemanha, Suécia e Holanda também já disseram que seguirão o protocolo normal, enviando um embaixador.
Na semana passada, o presidente chinês, Hu Jintao, fez uma visita oficial à França e foi recebido por seu colega Nicolas Sarkozy, que por sua vez vinha evitando críticas diretas à situação dos direitos humanos na China.
Outro porta-voz da chancelaria disse que os países europeus irão decidir caso a caso se participarão da cerimônia, até que todos os 27 governos integrantes da UE cheguem a uma posição comum.
Em Berlim, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse já ter informado Pequim dos planos alemães de se fazer representar no evento.
Nesta semana, a China retomou sua campanha contra o Nobel a Liu, pedindo ao Japão que boicote a cerimônia.
- China intensifica repressão após Nobel a dissidente, diz ONG
- Dissidentes desafiam governo chinês e defendem vencedor do Nobel
- Premiê do Japão pede que China liberte Nobel da Paz
- China cancela mais viagens de noruegueses após prêmio Nobel
- Ganhador do Nobel da Paz quer que sua mulher receba prêmio
- China mantém 5,8 mil presos políticos, diz ONG
- Xiaobo dedica Nobel a vítimas da repressão na China
- Dissidente chinês pró-democracia ganha o Nobel da Paz
-
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
-
“A ditadura está escancarada”: nossos colunistas comentam relatório americano sobre TSE e Moraes
-
Jim Jordan: quem é campeão de luta livre que chamou Moraes para a briga
-
Aos poucos, imprensa alinhada ao regime percebe a fria em que se meteu; assista ao Em Alta
Deixe sua opinião