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OSLO - Cerca de 190 países se reúnem na próxima semana no Canadá para tentar atrair Estados Unidos e nações em desenvolvimento, como China e Índia, para a luta contra o aquecimento global depois de 2012.

A reunião de Montreal, entre 29 de novembro e 9 de dezembro, discutir como substituir o Protocolo de Kyoto (1997), que vigora até 2012. O texto atual impõe aos países desenvolvidos limites para emissões dos chamados gases do efeito estufa em fábricas, usinas elétricas e carros.

Ministros do Meio Ambiente de todo o mundo participarão dos últimos três dias da reunião. Alguns prevêem que as negociações poderão durar cinco anos.

- Será muito complexo - disse Elliot Diringer, diretor do Centro Pew para a Alteração do Clima Global, que funciona em Washington. - Qualquer acordo tem de ser mais flexível que Kyoto, mas ao mesmo tempo tem de apresentar cortes reais nas emissões. E o governo Bush é veementemente contra qualquer processo destinado a ampliar Kyoto.

O Protocolo de Kyoto só entrou em vigor em fevereiro, sem a participação dos Estados Unidos, que vêem nesse tratado uma ameaça à sua economia industrial. O texto prevê que até 2012 cerca de 40 países ricos reduzam suas emissões de dióxido de carbono para 5,2% abaixo dos níveis de 1990.

Uma possibilidade seria ampliar esse sistema para os países pobres, que rejeitam as mesmas restrições dos países ricos porque o uso de energia - para levar eletricidade a favelados ou construir estradas, por exemplo - essencial no combate à pobreza.

Outro ponto importante é a participação americana. Paula Dobriansky, subsecret ria para Assuntos Globais e responsável por questões climáticas, comandará a delegação dos EUA em Montreal. Empresas interessadas nas tecnologias energéticas de longo prazo e investidores nos mercados de carbono querem saber o que vai acontecer dentro de sete anos.

Um relatório da Comissão Européia diz que as negociações climáticas são "um nó górdio que precisará de muita criatividade para ser desatado".

- Os países em desenvolvimento devem continuar depois de 2012 com os compromissos como os de Kyoto com reduções ainda maiores - disse Jennifer Morgan, diretora de políticas climáticas do grupo ambientalista WWF. - Mas os países em desenvolvimento devem começar com metas menos rígidas.

As metas para os países pobres podem incluir a manutenção dos níveis de emissões de carbono, promessas de "limpar" indústrias muito poluidoras, como usinas termoelétricas a carvão, e compromissos com um uso mais difundido de energias não-poluentes, como a solar e a eólica.

Alguns especialistas defendem metas setoriais. Haveria, por exemplo, quantidades de carbono que poderiam ser emitidas por tonelada de cimento ou ao, além de padrões mundiais para emissões automotivas.

Há também países que defendam a energia nuclear, que não produz gases do efeito estufa. Os EUA devem apresentar em Montreal um esquema para a queima subterânea do dióxido de carbono.

- Há, admitamos, diferenças muito amplas de opinião entre os governos - disse Richard Kinley, diretor-interino da Convenção Quadro da ONU para Mudança Climática.

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