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Hillary elogiou a oferta de Israel para uma desaceleração dos assentamentos judeus | Dan Balilty-Pool/Reuters
Hillary elogiou a oferta de Israel para uma desaceleração dos assentamentos judeus| Foto: Dan Balilty-Pool/Reuters

Jerusalém - Os palestinos acusaram a se­­cretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, de prejudicar o processo de negociação de paz no Oriente Mé­­dio, após ter elogiado a proposta de Israel de desacelerar a ati­­vidade de assentamento judeu. Os palestinos rejeitam a ideia de retomar as negociações de paz sem que Israel congele todas as construções de as­­­sentamento judeu na Cis­jordânia e no leste de Jerusalém, terras que os palestinos reclamam para a construção de seu futuro Estado.

Após encontro entre líderes palestinos e israelenses no sábado, Hillary pediu retomada incondicional das negociações de paz e elogiou a oferta de Israel para uma desaceleração dos assentamentos judeus.

"Acredito que os Estados Unidos concorda com a expansão contínua dos assentamentos", disse o porta-voz do governo palestino, Ghassan Khatib, durante uma rara crítica pública a Washington. "Ao pedir a retomada das negociações, apesar da manutenção da construção de assentamentos, não ajuda, porque tentamos esse caminho muitas outras vezes", acrescentou. "As negociações são sobre o fim da ocupação e a expansão dos assentamentos está praticamente cavando a ocupação", disse.

Os palestinos expressaram profundo desapontamento e frustração com as palavras de Hillary, as quais sinalizaram abandono de pedidos anteriores dos Estados Unidos de congelamento completo da atividade de assentamento. "Se a América não pode conseguir que Israel congele os assentamentos, que chance os palestinos têm de chegar a um acordo com Israel em questões de status permanente?", afirmou o negociador palestino, Saeb Erekat. Sentimentos semelhantes foram expressos pela Jordânia e pelo Egito, os dois únicos países árabes com acordos de paz selados com Israel. Os dois países disseram que a culpa maior é de Israel, mas sinalizaram sua insatisfação com a mudança dos Estados Unidos.

O rei Abdullah II da Jordânia viajou para o Cairo para conversações com o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Após o encontro, uma nota do palácio real foi divulgada dizendo que ambos líderes "insistiram na necessidade de uma suspensão imediata de todas as ações unilaterais de Israel, as quais minam as chances de atingir a paz, especialmente a construção de assentamentos".

Hillary deve reunir-se com ministros das relações exteriores árabes em Marrocos nos próximos dias.

As autoridades palestinas devem aguardar o encontro de Hillary com ministros árabes, já que, embora desapontados, querem evitar confronto com Washington. Encorajado pelo apoio dos EUA, o primeiro-mi­nistro de Israel, Benjamin Ne­­tanyahu, pediu aos palestinos nesse domingo que "tenham bom censo" e retomem as negociações de paz. "O processo de paz é do interesse de Israel e também dos palestinos. É importante e estamos comprometidos com isso e esperamos que todos estejamos preparados para dar início às negociações sem adiamentos, esperamos encontrar os palestinos com a mesma atitude", afirmou Netanyahu.

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