O papa Francisco pediu aos 19 novos cardeais que evitem rivalidades durante uma cerimônia neste sábado, onde o seu antecessor atormentado por escândalos, papa Bento XVI, fez uma aparição surpresa. Rivalidade entre facções da Curia, a administração central do Vaticano, foi apontada como a culpada por contratempos e escândalos que perseguiram os oito anos de papado de Bento XVI, com destaque ao chamado escândalo "Vatileaks" em 2012, no qual o mordomo de Bento roubou documentos pessoais e vazou para a mídia. Cardeais são os conselheiros mais próximos do papa no Vaticano e em todo o mundo. Além de serem líderes da Igreja em seus países de origem, aqueles que não ficam baseados no Vaticano são membros de comitês importantes em Roma para decidir sobre políticas que podem afetar as vidas de 1,2 bilhão de católicos romanos. Dezesseis dos novos nomeados são "cardeais eleitores" que se juntarão a 106 cardeais existentes, que também tem menos de 80 anos e, portanto, elegíveis para participar de um conclave para eleger um papa. Eles são de países como Brasil, Itália, Alemanha, Grã-Bretanha, Nicarágua, Canadá, Costa do Marfim, Argentina, Coreia do Sul, Chile, Burkina Faso, Filipinas e Haiti. Os não "eleitores" são de países como Itália, Espanha e Santa Lúcia. Bento, de 86 anos e que renunciou um ano atrás, sentou em silêncio usando um longo casaco branco na primeira fila junto com outros cardeais. Essa foi a primeira vez que ele compareceu a uma cerimônia papal desde sua saída, embora ele e Francisco já tenham se encontrado diversas vezes. Embora tenha sido pedido ao público dentro da Basílica que não aplaudisse durante a cerimônia, eles bateram palmas quando Bento entrou e novamente quando seu nome foi mencionado por um dos novos cardeais. Os novos cardeais eleitores têm entre 55 e 74 anos. Da América Latina, estão o Arcepisbo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta, o Arcebispo Aurelio Poli, de 66 anos, sucessor de Francisco em Buenos Aires, além de arcebispos de Managua, na Nicarágua, e de Santiago do Chile.

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