O papa Bento 16 disse na quinta-feira (9) torcer pelo resultado positivo do processo de beatificação e canonização de seu polêmico antecessor Pio 12, acusado por alguns judeus de fazer vista grossa ao holocausto promovido pelos nazistas durante seu pontificado (1939-58).
Em homilia alusiva ao 50.º aniversário da morte de Pio 12, Bento 16 disse também que aquele papa trabalhou "secreta e silenciosamente" durante a Segunda Guerra Mundial para "evitar o pior e salvar o maior número de judeus possível".
Nesta semana, sem citar nomes, um rabino israelense disse num inédito discurso a um sínodo católico que os judeus não poderiam "perdoar nem esquecer" a omissão de alguns líderes religiosos durante o Holocausto.
O Vaticano habitualmente alega que o papa agiu nos bastidores para minimizar o Holocausto, e que adotar uma posição pública mais incisiva poderia ter piorado a situação.
Em 2007, a Congregação da Causa dos Santos do Vaticano manifestou-se a favor de um decreto, ainda não assinado por Bento 16, que reconheceria as "virtudes heróicas" de Pio 12, o que seria um impulso importante na eventual beatificação (primeiro passo para a canonização).
Na homilia, o atual pontífice disse rezar para que o processo de beatificação tenha uma conclusão "feliz".
Alguns grupos judaicos pressionam o Vaticano a suspender o processo de beatificação, enquanto outros consideram que se trata de um assunto interno da Igreja.
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